7 de janeiro de 2010

Há quem ouse falar de amor...

Minhálma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és se quer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio do Fim!..."

(Florbela Espanca)

... e consiga fazê-lo como poucos!

12 comentários:

Viviane Zion disse...

nem ouso! =P

owww... eu tô sempre por aqui viu! se de repente não comento os post é porque a net aqui de casa anda temperamental e não completa a operação... ou então a sua postagem incomoda muito profundamente a minha alma e eu não consigo atinar sequer uma resposta que corresponda à ferroada angelical.

tenho a sensação de proximidade muito grande quando leio as suas postagens, não sei o que é! impressão de já ter visto o filme antes, dejavù, se é que você me entende...

shalom.

Viviane Zion disse...

a propósito... belíssimo poema!

chorei.

:)

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Florbela Espanca tem uma melancolia e uma dor na existência que me reconforta somente às vezes. Não consigo beber de toda aquela dor de viver que ela representa. Tenho um livro de poesia completa, que leio, curiosamente, quando estou mais triste. É como se a tristeza dela curasse a nossa tristeza.
Avançando. A vida é mais do que essa dependência em relação ao outro.

Beijo

Viviane Zion disse...

tenho cá a impressão de que este blog me fará economizar uns bons trocados que eu certamente gastaria em terapia!!!

hehehe...

Jacque disse...

Sempre que leio Florbela, e ouço também seus poemas narrados tão visceralmente pelo Falabela, simplesmente viajo nas inquietações de uma poetisa movida pelo amor muitas vezes regado a incertezas,dores,alegrias, desilusões, intensidade e entrega. Florbela é essa mistura inebriante que envolve a alma.

Excelente escolha, Angel!

Abraço

leonel disse...

Florbela sempre é uma excelente pedida...
Parabéns!

Angel disse...

Viviane, é sempre ótimo ter você por aqui!

Sabe essa proximidade que você sente? Sei bem do que se trata... E sabe o que acho que explica? Somos transparentes como a água, somos aquele tipo de gente que ainda acredita nas pessoas e que espera sempre o melhor delas. Um coração tão grande quanto frágil.

Me perdoe se eu estiver enganada, minha cara, e a quem já me atrevo a chamar de amiga, mas sinto que somos feitas praticamente dos mesmos sentimentos, na mesma intensidade.

E se estamos em momentos parecidos, se vivemos as mesmas dificuldades, que juntemos nossas forças para enfrentá-las. Te mando energias positivas, como te disse naquele comentário... E se ao final as coisas não correrem como o desejado, ao menos a terapia você terá economizado (Deus, que rimas?! rs).

Abraços, minha amiga!

Angel disse...

Luís, confesso que adoro Florbela. Foi alguém que viveu de uma maneira única, intensa, cada sentimento. Há dor em muito do que ela escreve, e é justamente isso que me conforta quando sinto dor também, não sei te explicar ao certo o porquê.

Quanto a dependência do outro, mais uma confissão... Sou dependente sim. Ao menos hoje, ao menos agora. Hoje amanheci respirando esse sentimento, dependendo do amor. Isso me acolhe, faz carinho na alma.

Queria ser mais razão, as vezes...

Um carinhoso abraço meu!

Angel disse...

Jacque, então... sinto intensidade demais nela. Adoro!

Abraços!

Angel disse...

Ei, leo... e como é!

Abraço!

Juliana Matos. disse...

Quando fala-se do amor, todo o céu enche de alegria..que lindo poema..boa escolha..

Eu estava viajando e voltei a pouco, obrigada sempre pela visita e seus comentários lindos!

Bjos

Angel disse...

Ei, Juliana, espero que a viagem tenha sido ótima!

Lindo mesmo, não é? Bom mesmo é falar de amor... melhor que falar, só sentir!

Abraços!

Postar um comentário