18 de setembro de 2010

Eu contra...

Meu inimigo não está lá fora, não tem um rosto, um emprego, uma família, não tem sequer um nome, não há nada físico que eu possa xingar, bater e, quem sabe até, em um momento de loucura, matar. A batalha é diária, o sofrimento é latente e o inimigo, uma parte de mim. É a minha parte enferma, o tumor que ocupou a alma, que comprime, sufoca, corrói. Não há um só dia que eu não me coloque de joelhos e me curve para, inutilmente, tentar tirá-lo de mim. Não há um só dia. Nunca consigo. E os dias passam, e ninguém percebe, e eu me sinto cada vez mais refém, um dos lados de uma guerra sentenciada, perpétua, possivelmente, perdida.

Estranhamente, as maiores batalhas são contra nós mesmos, contra o que nos tornamos com o passar dos anos. E muitas vezes não há como vencer... ao menos, não sozinhos. Por isso, é possível que o primeiro combate a ser vencido, o primeiro passo a ser dado, seja reconhecer, levantar e gritar o mais alto que puder: “Eu preciso de ajuda.”


One day - Matisyahu

11 de setembro de 2010

Do quanto eu te amei

Eu te amei por algumas horas, talvez dias ou semanas, não sei precisar quanto durou. Eu te amei no momento exato em que você confessou o sentimento, amei a possibilidade de estar ao seu lado e viver a intensidade que é você, amei como se não houvesse outra coisa, outra chance, amei urgente, como todo amor deve ser. Mas, tão rápido quanto te amei, eu desamei. Desamei a ausência tua naquela noite que esperei e você não veio, desamei a frieza com que me olhou quando te busquei, desamei quando ignorou meu sorriso e ao perceber que eu era apenas mais uma na tua imensa lista de apegos. O amor não leva tempo, não exige conhecer o outro, saber de onde veio e o que planeja fazer. O amor é coisa de minuto, é a palavra certa no momento exato, o carinho na dose perfeita, a intenção se tornando ato como se nada mais merecesse ser. E foi exatamente por isso que te amei. Mas, o amor é exigente, cobra atenção, exige ser mais que uns segundos roubados, quando e se possível for. Amei e desamei por culpa e mérito seu. E agora confesso que, por mim, ainda seria amor, mas, como o sentimento sobrevive aos pares, aceito, e retribuo, o seu adeus.


Black - Pearl Jam

Carinho [15]

Minha amiga linda, a Impulsiva, me ofereceu este selo. Não é uma graça?! Kenia, obrigada por este carinho, e também pela presença aqui e no twitter e a energia ótima que você transmite quando está "por perto". Abraço gigante, flor!



A 1ª regra é completar a seguinte frase: Sou feliz porque... tenho uma família linda, de pessoas carinhosas e sensatas, e porque tenho conseguido realizar tudo o que desejo, cada um dos meus sonhos e objetivos, aos poucos e com muita luta, tem sido alcançados.

A 2ª regra é oferecer este selo para 5 blogues. Quero oferecê-lo a todos que me visitam, quem quiser, pode levar! A presença de cada um é o que faz este blog valer a pena, porque se fosse só para desabafar, uma folha em branco e um lápis preto já seriam mais que suficientes... Obrigada, amigos!

8 de setembro de 2010

Primeira carta

Escrevo esta carta para te contar sobre os meus últimos dias. Você disse, pouco antes de me dar as costas e nunca mais voltar, que seríamos eternamente amigos e que seus ouvidos e olhos estariam a minha disposição quando eu precisasse. Pois bem, meu amigo, deixe-me começar:

Assim que você se foi eu fiquei de cama, adoeci, quase morri de amor. Quase. Porque amor não mata, você sabe bem. Chorei por dias até minhas lágrimas secarem, até meus olhos arderem e eu mal conseguir respirar. Consegue entender minha tristeza, meu amigo? Será que você já passou por isso alguma vez? Mas, então a tristeza passou e quando pensei estar curada... eu te odiei. E odiei tanto que senti vontade de te matar (eu disse que amor não mata? Pois bem, me enganei). Mas além de depressiva e exaltada, fui covarde demais para te dar o que você merece.

Mas, meu amigo, preciso contar o que aconteceu depois.

Certo dia, nem sei direito porque, levantei da cama e tomei um banho bem demorado, coloquei um vestido curto, pintei o meu rosto e soltei meus cabelos. Dirigi por alguns minutos até chegar a um bar qualquer, um lugar onde eu não conhecesse ninguém e não soubessem o que me levou até ali. Pedi uma vodka, e outra, e outra... e sorri para o barman quando ele piscou para mim. Aceitei um cigarro de um desconhecido e, pela primeira vez na minha vida, traguei. Deixei me tocarem quando quiseram e, por fim, sai dali com um homem cujo nome eu nem perguntei. Meu amigo, dormi com ele, e só me lembro do que ele disse quando me fez sentir o quanto a parede era fria e ele era forte, nenhuma palavra mais.

Então, meu amigo, me ajuda a entender? Há alguns dias eu te amava tanto, e por você eu quase me matei, e hoje sequer me lembro de que cor são os seus olhos ou se as nossas noites eram assim, tão divertidas.

Não faz sentido. Mas, meu querido amigo, acho mesmo que devo te agradecer, afinal, depois de tudo isso, preciso dizer que eu gostei. Sim, e não me julgue, mas, eu gostei de te perder.


Sorry - Madonna



P.S.: Este texto é ficção, uma brincadeira... Ou não.