29 de novembro de 2009

Era uma vez...

Cansada daquele papo furado, e de uma semana sem uma transa que valesse a pena, ela decidiu ir embora. Arrumou sua mala, não precisava de muita coisa. Olhou para ele ainda deitado na cama, e sentiu pena... pena de deixar a garrafa de tequila, ainda pela metade, que ele segurava com uma das mãos. Pegou a garrafa, a mala, as chaves do carro, todo o seu dinhero, todo o dinheiro dele, sua ressaca, e saiu. Não sabia exatamente para onde ir, há muito não voltava pra casa e não tinha mais paciência para ouvir as oratórias de seu pai. Engraçado, ele (o pai), não era de falar muito com ela, até o dia em que a encontrou, no alto de seus 14 anos, transando com seu namorado hippie na cama do casal (uma excelente transa, por sinal). À partir daí passou a falar com ela sempre (ou seria para ela? como se diz quando é um monólogo? quando só um fala e o outro só escuta? enfim...), e a falar tanto, e chamando-a por nomes que ela nem sabia que ele conhecia (embora ela já tivesse ouvido várias vezes, do namorado hippie inclusive, quando estavam na cama), que uma bela noite, sabendo que surda não ficaria, resolveu sair de casa pra nunca mais ter que ouví-lo. Enfim, voltar não podia, a menos que chegasse usando uma batina e fizesse votos de castidade diante de seu progenitor. A batina até topava, mas a castidade...

Dirigiu alguns quilômetros até um posto de gasolina, precisava de álcool, não para o carro, mas para ela (meia garrafa de tequila nem é tanta coisa assim). Por uns breves segundos ficou sem coragem de seguir. Sozinha, infeliz, mal amada e sem rumo... digna de pena. "Que droga de vida!". Mas lembrou-se de como eram os dias (e as noites) ao lado de um homem que sequer se lembrava de seu aniversário, não se interessava por nada que ela fazia e que nem mesmo notou quando ela encheu de mechas vermelhas os cabelos que até então eram completamente negros. "Palhaço, filho da puta!!". Xingá-lo, enquanto dirigia, lhe fez bem. Xingava e bebia... xingava, bebia e fumava... bebia, chorava, bebia, fumava, chorava e xingava... De tanto chorar (beber e fumar) ficou burra de novo e pensou "Acho que vou voltar, sei que ele me ama, só estava em um dia ruim... talvez o problema seja eu, talvez seja a cor dos meus cabelos, sei lá!".

Parou o carro no acostamento, saiu e se sentou a beira da estrada. Começou a lembrar de sua vida, do quanto foi uma criança tranquila, da adolescência virtuosa, da juventude feliz... Pronto, agora já começava a delirar, nunca foi uma criança tranquila, pelo contrário, arrancava a cabeça de todas as bonecas que o pai comprava, se interessava por tudo que era obsceno e pulava a janela pra brincar com os meninos de esconde-esconde (o começo de tudo a gente nunca esquece...). Foi uma adolescente irresponsável, vadia e alcoolizada na maior parte do tempo. Da juventude nem tinha como se lembrar, a menos que valesse as viagens doidas que curtia enquanto fumava (pensando bem, até que foi feliz sim...).

Mais de uma hora depois, sentada sob aquele "sol de meio-dia" (embora já fossem cinco da tarde), decidiu seguir em frente para o "lugar nenhum" pra onde resolvera ir. Pensou em duas hipóteses, na pior delas viraria hippie (o tal namorado bom de cama não saia da cabeça), nunca mais tomaria banho e faria bijuterias para ganhar a grana da tequila. Na outra hipótese viraria puta, mas percebeu que isso ela já era, então, acabar como hippie talvez nem fosse uma má idéia. Podia ser a versão feminina de seu namorado da adolescência, e comer menininhos enquanto seus pais estavam fora. Sorriu. Delírios à parte, entrou no carro e se foi.

Com grana o suficiente pra encontrar outro que lhe servisse, puta, bêbada e sem ter pra onde ir... o que mais uma mulher pode querer?

27 de novembro de 2009

Se isso não é amor, o que mais pode ser?

Ele abre a porta do carro. Ele faz questão de andar de mãos dadas, ao meu lado. Ele é divertido, é leve, e traz nos olhos a paz que eu tanto preciso. Ele me dá presentes, coisas que ele compra e coisas que ele mesmo cria, lembra, relembra, ou simplesmente, fala. Ele tem sempre uma palavra amorosa ou um conselho que dói de se ouvir, mas quando peço ele cede e simplesmente, me ouve. Ele é carente dos meus carinhos, e ama exatamente aquilo que sou. Ele me abraça depois que fazemos amor, afaga meus cabelos e diz que sou o que mais importa em sua vida. Ele me ama e eu... o amo também?

26 de novembro de 2009

Oi?

Pois bem, ainda não sei direito qual vai ser a deste blog. A definir... ou não.