23 de março de 2011

Do hoje...

Páginas e mais páginas em branco. O passado mandou lembranças e, de uma vez por todas, se foi, ao mesmo tempo o presente pedia licença, mandava avisar que já era hora e, partia. Agora só me resta a esperança, a vontade, a necessidade, que impulsiona, aquela que nos dá as mãos e diz "levanta!". A necessidade de que finalmente dê certo, que finalmente EU dê certo, e enfim sinta, e queira, e consiga. As pontes foram desfeitas, mas restou um único elo, o que me une a mim mesma... E por Deus, que esse nunca se perca! Porque afinal, é só disso que eu preciso: da força que eu sei que tenho, dos amigos verdadeiros que não me abandonam nunca, da família que me velará de longe, e do imenso caminho que ainda há pela frente.

Sigamos. E que tenhamos sorte! Todos nós.


6th Avenue Heartache - The Wallflowers

16 de março de 2011

Do que foi, e do que, talvez, será um dia...

Desconhecia o que chamavam de amor, e a esperança de encontrá-lo pelo caminho, perdera. Era nada além de uma sucessão de erros e arrependimentos, de cicatrizes que ainda abriam feridas, era uma porção de muralhas altas, de vidros quebrados, estilhaçados pelo vento, pela chuva, pelos maus tratos da vida. Ter ou não um coração batendo no peito não era uma escolha, mas trancá-lo em um quarto escuro e vazio com certeza era. Esperar pelo passar dos dias lhe parecia justo, confortável, e tão seguro quanto o outono em uma manhã de setembro.

Até aquele dia.

Até o momento em que os olhos castanhos refletiram no espelho, e sentiu uma vontade imensa de beijar a boca de onde saiam palavras que pareciam melodias, no momento em que quis se aninhar naqueles braços e, finalmente, ouvir o som de um o coração que, no peito, livremente batia. E quando o gosto do futuro lhe pareceu tão bom quanto o gosto do beijo, permitiu que o silêncio fosse quebrado por três letras que nunca foram ditas de maneira tão verdadeira. E você perguntou se contigo eu me casaria, e outra resposta eu não teria... “Sim”, amor, eu ficarei contigo uma vida inteira.


Harvest Moon - Neil Young

10 de março de 2011

Pois bem

Dizem que para a solução de certos problemas, o primeiro passo é admitir a existência deles. Pois bem. E mais que admitir, resolvi expor, discretamente, mas, o fiz. Foi colocado sobre a mesa com algum recato, com o cuidado de que, enquanto isso, eu não me partisse em um milhão de pedaços. Sou frágil, ao contrário do que aparento. E esta fragilidade já não me cabe no peito, machuca, e sozinha ela se tornou um fardo, pesado demais, oneroso demais, doloroso. Torço para que eu não seja ignorada, e para que eu não me cale, mais uma vez. E neste ponto eu me pergunto se não seria bom ser totalmente quebrada, para que, quem sabe, usar os cacos e me reconstruir. Uma coisa é certa, se eu não fizer algo agora, se eu não me ajudar agora, talvez nunca mais eu consiga fazer.


Better man - Pearl Jam