19 de março de 2010

Amigos...

Estou dando um tempo no blog. Para ser bem sincera com vocês, eu ia excluí-lo, mas não quero fazer nada movida pelo que estou sentindo hoje. Vocês são tão especiais para mim, e me fazem tão bem, que são ó único motivo de não excluí-lo de imediato.

Por isso, estou indo, e espero eu, que eu volte. Talvez volte amanhã, talvez semana que vem... Só peço que não me abandonem, e que me prometam que virão me visitar assim que virem na página pessoal de vocês que eu postei algo. Prometem? rs.

Saibam que amo cada um de vocês, que sempre tem algo a me dizer e a me ensinar.

Obrigada, e até mais.

18 de março de 2010

O anjo e o dia

Eu hoje deixo o mortal de lado. Me permita ser apenas o anjo que em sua nuvem cor de rosa ficará a ver o mundo lá do alto. Quero esquecer por um momento minha guarda e guardar este coração que está apertando o meu peito. Não é necessário dizer nada, nem quero outros anjos a velar meus sentimentos. Em minha nuvem tranquila e solitária só quero chorar, de uma vez por todas, cada uma das minhas tristezas. E verei minhas lágrimas, uma a uma em tímidas gotas, se misturando a imensa chuva que em minha nuvem se forma, para que com ela, ganhem o mundo quando chegar a hora. E assim, aquilo que um dia chamou-se tristeza há de chegar a terra e regar algumas flores. Devo ser feliz então, pois parece possível nascer algo bom do que um dia foram dores.

17 de março de 2010

Da essência

Mesmo que venha a mais cruel das intempéries e arranque todas as suas folhas e pétalas. Mesmo que tirem o que de belo te cobre e só fique o caule desnudo expondo-te os espinhos. Deixaras de ser um pé de rosa?

Não. Porque é isso que és em sua essência, e o que tu és não é definido pela tua aparência. Essas tormentas vão te abalar, te expor, mas nunca te destruir. E mais, entenda que tu mudaras de qualquer maneira, simplesmente pelo passar das estações, porque o tempo leva as folhas e as pétalas, uma a uma, muitas vezes sem que percebas o que está a acontecer.

Jamais se esqueças que perderás folhas e flores, mas ganharás brotos novos e fortes que te farão crescer ainda mais bela.

16 de março de 2010

Pensando...

O que é do mar o rio leva, mesmo que demore. A correnteza segue tranquila ou impetuosa, não importa. Segue o curso, é simples. E cedo ou tarde, desagua.

15 de março de 2010

Carinho [8]



Este selo ganhei do Leonel, do Passando a limpo o passado..., um excelente escritor, e quem ainda não conhece o seu blog deve fazê-lo. Obrigada pelo carinho, Leonel, você escreve muito bem e sempre te admirei por isso. Se as palavras tem donos, você é um deles.

A regra do selo é responder algumas perguntas, e em seguida, indicar 5 blogueiros para que façam o mesmo.

Vamos as perguntas, então:

1 - Por que resolveu criar o blog?

Porque senti vontade de compartilhar meus sentimentos, pensamentos, devaneios. E o blog também marcou meu retorno a internet, depois de uma fase um tanto conturbada.

2 - O que dá mais prazer em blogar?

Ler os comentários. A presença de pessoas únicas, cada uma com algo a acrescentar. É maravilhosa essa troca.

3 - O assunto que mais gosta de postar:

Sentimentos. Todos eles. Mas tenho uma "queda" pelo amor.

4 - Por que escolheu este nome para o blog?

Tinha outro nome. Para ser sincera, estou pensando em mudar este, parece um tanto distante de mim, não sei como explicar... Gosto da descrição, mas o nome, não sei. Mas tenho um carinho por ter sido escolhido juntamente com um amigo que muito admiro.

5 - Costuma visitar outros blogs?

Visito bastante. É a minha "hora do recreio", quando aprendo muitas coisas, me divirto, sofro junto... Adoro.

E agora, indicar 5 blogs. Eu gostaria que os seguintes aceitassem o carinho:

- Barbara Galvão

- Davie - Expressividade

- Jacque - Poética

- Jakeline Magna

- Kárita - Big Girls Don't Cry


É isso. Abraço, amigos!

Carinho [7]







A amiga Juliana, do Palavras.. em Vão, me passou esses três selos, que andam assim, sempre juntinhos. Ju, mais uma vez, obrigada pela lembrança e pelo carinho. Sua presença aqui no meu blog é sempre muito querida.

A regra é enviar para 20 blogs, então, vou enviar. Mas quero dizer aos donos dos blogs que não precisam postar os selos. O mais importante para mim, enviando à vocês estes selos, é dizer que estou sempre por ai, no blog de vocês. Muitas vezes comento, outras não, mas sempre ando por ai. Eis aqui, portanto, meu carinho e admiração, que podem ser vistos também como indicações, que valem a pena serem lidas. Eis ai amigos novos, amigos mais antigos, algumas das pessoas que, de alguma maneira, contribuem em minha vida.


Segue, como sempre, em ordem alfabética:

- Alexandre Mauj Imamura Gonzalez - Lost in Japan

- Bia Monteiro - Permita-se

- Bleeding_Angel - A Cela De Um Anjo Caído

- Cria - PALAVREADO DE CRIA

- Daynara Aparecida - Photograph D3

- Erica Vittorazzi - Adoro Palavriar

- ErikaH Azzevedo - Palavre(ando)

- Fabio Rocha - Da Busca

- José - Reflexões e Outras Divagações

- Juliana. e Leo - Sentimentalidades

- Leonardo B. - A Barca dos Amantes

- Luís Gonçalves Ferreira - Suor de um rosto

- Marcelo Mayer - Cranberry Sauce

- Meri Pellens - Só passando pra dizer...

- Leonel - Passando a limpo o passado...

- Pedro Antônio - A Torre Mágica

- Sandra Ribeiro - No silêncio profundo da vida

- Thiago Gacciona e Paolo Belloti - Marca Livro

- Viviane Zion וִיבִיאַנֶה זִיאוֹן

- Iasminne Fortes - 'É difícil aprisionar os que tem asas.'

14 de março de 2010

A palavra a ser dita

Você é um sonho, daqueles que fazem acordar com um sorriso de orelha a orelha, o mais feliz dos acasos e a mais séria das minhas brincadeiras. Te amar foi tão fácil que nem tive tempo de pensar a respeito, e sem saber se cometia um grande erro me deixei levar pela sua presença. Tive medo de não ter as melhores palavras, os melhores gestos, de não ser suficientemente clichê para te tratar o amor como cabe aos amantes. Mas para você era suficiente a minha presença, a parte física do amor, o que se lê na pele e se sente no cheiro, no gosto.

E por tudo isso, o que faço, te agradeço? Digo “obrigada” por me dar vida novamente, por me fazer ser algo que eu nunca fui? Digo “obrigada” por me amar exatamente como sou, naturalmente cheia de defeitos, corrompida pela vida, por me fazer feliz como ninguém? Não, eu não direi “obrigada” porque entre os que se completam não cabe esse tipo de agradecimento. Certo seria resumir tudo o que sinto por você e dizer apenas “eu te amo”.

Mas como eu disse, amor, você é um sonho, o meu sonho, que hoje é realidade de uma outra pessoa. Sendo assim, não direi “obrigada”, nem me atrevo mais a dizer “eu te amo”. Só resta-me, agora, dizer “adeus”.

Adeus, amor meu.

13 de março de 2010

Mais uma dose, por favor

A vida está lá fora, pulsando na mesma batida que faz tremer o meu peito. Qual é a vibe que te balança? Que pensamento faz sua mente expandir, e explodir, e mesmo assim querer mais, e mais, e mais...? Já pensou no que vai fazer hoje? Uma festa, uma viagem, uma música, um texto, um filho? Pense em qualquer coisa que desloque o eixo, que te faça ir além do que você tem ou é. E seja o que for peça antes mais uma dose, um abraço apertado em Johnnie Walker, ele merece. E dance uma música, a primeira que te vier a cabeça. Faz valer a pena, faça algo que você nunca fez. Por você, ou por quem estiver com você, ou com quem estiver com você, é só escolher. A escolha, ou o escolha, e experimente, sinta gosto... da vida. E veja a noite escapando por entre seus dedos, testemunha fiel de cada um dos seus acertos, ou erros, não importa. Acabou, descanse, sonhe com um anjo, e só depois, acorde. E sinta a vida acontecer novamente, te convocando à próxima batalha, afinal, ainda não vencemos a guerra. E vencer é uma lenda, ninguém conseguiu, todos morreram, ou irão morrer, inclusive você.

E então, já pensou no que vai fazer hoje?

12 de março de 2010

Carinho [6]



Olhem só o que ganhei do meu colega de nuvem, o Bleeding_Angel, através do seu Memorial. Este bichinho ai do selo é tão esquisito que chega a ficar bonitinho, não é mesmo?! :P

Amigo anjo, obrigada pelo carinho, você é uma pessoa incrível, cheia de sentimentos e tão intenso quanto eu. Gosto de gente assim, a flor da pele. E além de um carinho, este selo traz consigo um desafio: a regra é mostrar sua relação com os pecados capitais (ai, que tenso... rs). Bem, vou tentar.

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Acabo de ganhar este selinho de uma outra amiga também, a querida dona do cantinho she. Muito obrigada, minha amiga, receber estes carinhos é muito especial para mim. Obrigada pelo carinho aqui, e saiba que adoro passear lá no seu cantinho!
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Avareza: Está ai um pecado que não devo cometer. Sou bem mão aberta, do tipo que até recebe críticas por não pensar mais no futuro. Faço o que posso, e as vezes até o que não posso, por aqueles que amo, e também por quem precisa.

Gula: Quem não conhece os primeiros posts do blog não sabe da minha relação com a comida. É conflituosa, eu diria, e reflete algo bem mais complicado que o querer ou não querer comer. Enfim, sofro deste pecado como todos, mas acho que comigo ele foi um pouco mais cruel.

Inveja: Nunca quis tomar nada de alguém, mas já quis ser como algumas pessoas. Não sei se isso é inveja, acho mesmo que está mais para admiração, afinal, estas pessoas me inspiraram a correr atrás das minhas metas e sonhos.

Ira: Sou muito anciosa, e isso predispoe a momentos de ira. E quando estou assim prefiro ficar sozinha, evitando falar demais e descontar minha raiva em quem não tem nada a ver com isso. Lógico que falho as vezes, mas já foi pior... rs. Mas a ira é branda, não fico guardando rancor.

Luxúria: Difícil alguém dizer que não... não sou diferente. Mas acho mesmo que eu me apego a tudo, entende? Vivo tudo intensamente, o bom e o ruim. Confesso, eu peco aqui.

Preguiça: Tenho fases. Fases preguiçosas, fases elétricas. Mas já sofri e de vez em quando sofro desse mal.

Soberba: Não me acho superior a ninguém, pelo contrário, grande parte dos meus problemas está relacionada ao meu complexo de inferioridade.

Bem, é isso. Eu deveria repassar o desafio para alguns blogueiros, mas resolvi deixar à vontade para quem quiser fazê-lo. Ótima maneira da gente se conhecer um pouco mais, não é?!

Abraços, amigos!


UPDATE:

rsrsrs... Gente, depois que postei fui conferir como ficou. Abrir a página e dar de cara com esse trequinho estranho foi muito engraçado... Eu levaria um susto fácil se não fosse a dona do blog. :/

O que antecede o recomeço

Há uma certa quietude lá fora, mesmo com as milhares de vozes que se queixam, com o ir e vir dos carros, as buzinas, a chuva, o vento. Uma espécie de silêncio que cala qualquer som e em seguida grita, ensurdece, confronta quem está a sua frente e ecoa ganhando ares mais tranquilos.

A paz é tanta que dá medo, amarra a garganta e embrulha o estômago, uma tentativa frustrada do corpo de reagir ao inevitável acalmar do momento. Nada mais pode ser feito quando tudo se cala, o confronto é inevitável e ignorá-lo é quase uma sentença de morte. Mas o segredo é perceber que o silêncio não é apenas um vazio, é o primeiro passo para o esquecimento. E que ele é momentâneo, e passa, dissipa.

E quando os sons voltam a ter algum sentido é necessário desafiar a realidade. Olhos bem abertos e ouvidos predispostos fazem tudo parecer incrivelmente simples, e seria se não pesasse sobre os ombros a necessidade de um recomeço. Recomeçamos, então. Quantas vezes for preciso.

11 de março de 2010

Só desebafando...

Sempre detestei ter que escolher uma direção, sempre achei que meu caminho era mais fácil quando eu só tinha que focar o trilho e continuar em frente. Vez ou outra isso acontecia, e eu era obrigada a fazer uma escolha se não quisesse interromper a caminhada. Nessas horas era possível dar ouvidos a pessoas próximas, mas eu não deveria esquecer, e por vezes esquecia, que seria eu a arcar com as consequências do que fosse decidido.

Nunca lidei bem com mudanças, muito menos com perdas, me apegava tanto a tudo que conquistava que a simples idéia de perder me magoava, e por incrível que pareça, isso acontecia até mesmo com coisas que já não me faziam tão bem. Obviamente falo de coisas que um dia fizeram, e por isso eu ficava ligada a lembrança, lutando com todas as forças para que voltassem a ser o que foram. Eu me enganava na tentativa de adiar, de evitar as grandes perdas, principalmente àquelas que poderiam me destruir inteira obrigando a me reconstruir. Eis ai uma fraqueza minha, afinal.

Mas uma reconstrução pode ser boa, assim como mudanças podem ser necessárias, inevitáveis até, e infelizmente, ou felizmente, não posso controlar tudo. Ainda me incomoda, ainda tenho essa sensação ruim, e acho que o que ficou não vou perder, mas, assim como algumas coisas mudam, a gente muda também. Pra melhor ou pra pior, a gente muda. E eu espero estar melhorando, porque nos últimos tempos, eu mudei demais.

Have you ever seen the rain?

Nossa... como eu gosto dessa música!

10 de março de 2010

Carinho [5]

É como eu digo, ser lembrado com carinho é muito bom! A Juliana, do Palavras.. em Vão, é uma pessoa super querida, que está sempre por aqui e é com satisfação que estou sempre lá no blog dela. Obrigada pela lembrança, Ju, e pela companhia aqui, através de seus comentários que sempre mostram a pessoa doce que você é.

Bem, ela me deu dois selinhos (na verdade, deu 4, mas três são juntos...) e hoje vou postar um deles:




A regra deste aqui é repassar para 5 blogs que te façam bem:

(obvio que não são só 5, mas regra é regra...)


- Bleeding_Angel - A Cela De Um Anjo Caído

- Barbara Galvão

- Bia Monteiro - Permita-se

- Luís - Suor de um rosto

- Reyel Angel - Diário da Reyel


É isso, amigos "antigos", amigos mais recentes. Gosto bastante.

Loucura? Talvez.

Já sentiu tanta raiva a ponto de querer quebrar alguma coisa, gritar, xingar, sumir, morrer? Estranhamente é nesses momentos que me sinto viva. É inconsciente, é instinto. É o meu eu mais intenso. Impossível não sentir a vida pulsando nessas horas.

Me chamem de louca.

9 de março de 2010

Das pessoas que estão por ai...

Eu posso ver o vazio através dos teus olhos, como se tivessem roubado o pouco de vida que existia ali. Não sei se você ainda é humano, se tem qualquer sentimento, chego a duvidar que ainda tenha um coração batendo no peito. Em algum momento você se perdeu, e eu acho que você nem se deu conta disso. Está tão ocupado com seu próprio mundo que se esqueceu que lá fora existe um mundo inteiro, onde dão nome de dor ao amor e de proteção à mentira. Tudo bem, mundos paralelos, de tamanhos diferentes, mas, essencialmente iguais. Ainda consegue se ver no espelho? Consegue reconhecer a imagem que se forma? Está borrada e distorcida, e só você acredita que ainda há alguma nitidez. Não quero pensar que seja isso que você deseja ser, alguém assim, tão pequeno. E é tudo tão claro que eu tenho certeza que você enxergaria se pudesse ver com os olhos que você teve um dia. Não se trata de mim, nem do que eu penso sobre você, se trata do que você é de verdade. E eu me recuso a acreditar que você se orgulhe disso.

8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher?

Por achar que as conquistas vieram mais na teoria que na prática, que as mulheres ganharam o mundo mas não o respeito de grande parte dos homens, e por incrível que pareça, da maioria das mulheres, eu nem falaria do dia de hoje.

Não é me dando um dia que vão apagar tudo o que leio sobre violência doméstica, tanto física quanto psicológica. Sobre o quão preconceituoso é o mercado de trabalho onde há cargos que rejeitam um belo curriculum simplesmente por ser do sexo feminino, e que ainda paga menos à uma mulher pela mesma atividade realizada por um homem. Não é me dando um dia que vão me fazer esquecer que hoje somos ambos independentes e dividimos tudo, menos, claro, o trabalho em casa. Não é me dando um dia que vou aceitar atitudes machistas de homens que ainda dizem, ou pensam, "isso é serviço de mulher", nem daqueles que acham normal estar com quantas mulheres quiserem mas que repudiam uma mulher que fica com quantos homens ela deseja. E eu poderia falar muito mais, mas me reservo a esperança de que um dia a realidade mude. Neste dia sim, eu direi com o maior orgulho Feliz Dia Internacional da Mulher!

É que eu queria que as palavras deixassem de ser só palavras, e começassem a se tornar atos... Nada mais.

7 de março de 2010

Você, que eu odeio

Nunca imaginei que o bem e o mal se uniriam para dar vida a uma única pessoa, e que trariam na face um sorriso aberto e um lindo par de olhos castanhos. Ficar com você era coisa do destino, e foi por isso que eu alforriei cada um dos meus sentimentos. Nunca me preocupei em te fazer uma promessa, você nunca me mostrou insegurança, e juntos caminhamos enquanto a estrada se mostrou iluminada e limpa. Deveríamos ter nos preparado para o fim, porque ele era tão claro quanto um copo d'água, mas nossos olhos estavam ocupados demais para forçar qualquer visão que não fizesse carícias. Quando foi preciso culpamos o tempo, as diferenças, sem saber que as indiferenças é que haviam destruído o que nos mantinha unidos. Você foi a razão das minhas piores crises, e eu, a desculpa para os teus maiores erros.

Nos separamos e desde então nunca mais nos vimos, não que eu não queria, mas acho que eu não saberia lidar com você agora que preciso medir as minhas palavras, e principalmente, os meus desejos. Dizer que não te quero mais seria soberba, verdadeira eu seria se admitisse que sinto a sua falta na mesma intensidade que a minha cama sente, e que meu corpo sem o seu não é o mesmo. Eu sempre soube que sentiria saudade, eventualmente. Mas nunca imaginei que ela seria tão forte a ponto de enlouquecer meus sentidos e me fazer te odiar por não estar aqui para me dar, sequer, um último beijo.

6 de março de 2010

Ultimato

Por que nega o beijo se sabemos que você o quer tanto quanto eu?

Não há paz na ausência e você já deveria saber.

Então, olha nos meus olhos e diz que não sente nada quando estou por perto.

Também aceito se disser que me odeia ou que não te mereço.

Quando você for capaz de fazer isso, juro, não te procuro nunca mais.

5 de março de 2010

Das palavras que aqui nascem...

Eu falo do amor, mas não consigo tocá-lo, dar a ele uma forma, um cheiro, um tom de voz. É carinhoso o que as palavras falam, mas a beleza do amor não está nos versos, está nos gestos, no vai e vem perfeito da pessoa amada. Que cor tem os seus olhos? Como são os seus cabelos? Seus braços, seu peito, será que me encaixo bem em você? Como será sua voz ao meu ouvido? Qual será o resultado da minha voz ao seu ouvido? O que te faz sorrir, qual é a sensação de te ver sorrindo?

Que amor sem jeito, este meu. Que amor sem graça. Amor que não pega, que não sente, que não extravasa. É uma prisão solitária onde na verdade deveríamos viver nós dois. Então me liberta, amor, ou me aprisiona de verdade em teus braços. Os versos já me deste, mas eu tenho a fome que as palavras não matam.

4 de março de 2010

A sociedade, a consciêcia, a diferença...

Já não sei mais o que é ser livre, se é que um dia eu realmente soube o que liberdade vem a ser. Meus passos já não posso dar, me querem como uma marionete, presa e guiada pelos fios de uma sociedade que exige sem dar nada em troca, uma criatura obrigada a imitar o criador, sob pena de ser julgada, condenada e excluída se não o fizer. Que mundo é esse que seleciona por dinheiro, por peso, por cor? De onde surgiram estes valores, e desde quando a hipocrisia se tornou uma virtude? E querem que eu me enquadre a qualquer custo, me colocam numa espécie de “mata ou morre”, me fazendo pensar que morre por dentro, sozinho e infeliz, quem não se adéqua.

A sensação que tenho é que ser diferente é ser anormal, e que desafia tanto quanto quem comete algum crime previsto por lei. Ser diferente não é mais legal, como falavam na TV, agora é quase ilegal, isso sim, e quem quiser comprar a briga e desafiar o senso comum, deve estar ciente de que viverá a vida toda em guerra, numa espécie de “eu contra todos” cuja única recompensa será a consciência de que ao menos você não se corrompeu.

E dá-se algum valor à consciência por acaso? Não, meu caro, nenhum. Mas é essa maldita consciência que me fez escrever este texto, e que não é só minha, porque contrariando as expectativas ela ainda sobrevive em muitos por ai. É ela que nos dá voz ativa neste mundo de condescendentes, e abre os olhos para o caminho absurdo que a sociedade escolheu seguir.

Não sei até quando haverá quem nade contra a maré. Mas peço todos os dias, que se um dia este pensamento distorcido estiver perto da unanimidade, que eu não esteja mais aqui, porque isso é algo que me recuso a ver.

3 de março de 2010

Silêncio

Hoje não há o que ser dito, não hoje. A menos que você volte, e a dor cesse, e o silêncio acabe, e eu entenda, finalmente, o que é ter um pouco de paz. Mas como nada disso irá acontecer, que o dia de hoje seja penitência, uma parte do castigo imposto à mim por amar tanto você.

2 de março de 2010

Eu quero a sorte de um amor tranquilo*

Ele me pediu para te esperar, mas, pra quê?

Será mesmo que ainda ei de ter? E se foi o destino que resolveu nos separar? E se nada mais puder ser feito e estivermos fadados ao esquecimento daqueles que não se marcaram? Preciso de mais que uma suposição fantasiosa, preciso de uma certeza nua e crua, mesmo que ela corte em pedaços este meu coração que sofre.

Não há mais beleza no amor invisível, inventado, impossível! Não tem mais graça suspirar pelos cantos enquanto me lembro da sua voz falando-me ao pé do ouvido. Minha boca não sabe mais que gosto tem o seu beijo. E por isso eu decidi que não quero mais, saiba você que as nossas fotos serão rasgadas, as cartas, os bilhetes, serão jogados no lixo, queimados, que é para eu não correr o risco de me arrepender em seguida. Vou me desfazer até daquela camisa que você deixou com o seu perfume, que usei toda noite pedindo a Deus que pelo menos em sonho eu sentisse seu corpo mais uma vez.

Não preciso mais dessas dores, eu mereço o fino trato, mereço carinho, apreço, quero o misto de amor e luxúria do jeito que eu gosto. Você precisa saber que “eu quero a sorte de um amor tranquilo”, que não me faça perder noites de sono, nem a fome, nem me dê vontade de morrer porque me deixou a mercê do mundo quando foi embora.

E ele ainda foi capaz de me pedir para esperar você... Pra quê? Cale-se coração! É a razão que falará agora.


*Todo amor que houver nesta vida - Cazuza