11 de janeiro de 2013

Do que é torto...

A minha conta nunca fecha. Os sinais se repetem, os números não se entendem e o resultado é sempre um conjunto de falhas, um erro, em excedente de algo que sequer existiu. Eu não suporto ver tanto desequilíbrio nesta minha balança, a minha vida não pode ser assim, tão assimétrica, tão disforme. E sequer tenho a quem recorrer... Não tenho direito de pedir aos céus que me governem, muito menos que olhem pela felicidade que eu julgo merecer. Sou a mais errada entre os humanos, cometi crimes que uma vida inteira de dor não me faria pagar. Então o que me resta? Espero pelo conserto do que já nasceu quebrado? Me acostumo com a triste visão e o nada poder fazer? E se meu peito se fechar pela tristeza que já me ocupa os pulmões e me priva o ar? Embora muitas vezes me pareça um atalho mais digno o querer morrer... Não posso, eu hei de lutar! Mesmo sozinha, me darei as mãos que me ajudarão a levantar. Essa vida tão torta, tão cheia de arestas a acertar, não pode ser mais forte que meu desejo de vencer... Não pode. E jamais poderá.