16 de setembro de 2014

Da dívida a pagar...

Eu não sei se devo chorar. Penso, antes mesmo de deixar uma lágrima cair, que eu devo sorrir e disfarçar as minhas escolhas. "Veja bem, meu bem, o mundo é feliz!" digo a mim mesma. Ou, ao menos, ele finge ser. Preciso negar esse vazio que eu não sei como ocupar, esse espaço assimétrico onde nada se encaixa, um canto afastado, lado esquerdo do peito, onde mora um silêncio absoluto que grita tão alto e me faz desejar enlouquecer. O amor deveria morar aqui... Tento lembrar o momento exato em que ele passou por mim e não me desejou, naquele momento o ar pesou no peito e desde então respirar exige esforço. Sorrir é uma formalidade, é mostrar o quadro pintado que o mundo deseja ver. Será que em algum momento ele se arrependeu? Será que desejou voltar quando, por algum segundo que fosse, sentiu falta de mim? Ou será que ele sabe que eu o sugaria até a morte? Longe de mim, talvez, ele caminhe feliz. E eu não o culpo, eu não o escolhi... O primeiro passo em direção a este meu mundo fui eu quem dei. E é exatamente por isso que eu devo seguir... E com um sorriso no rosto, afinal, o mundo é feliz! Mesmo que eu, muitas vezes, não consiga ser...

1 de setembro de 2014

Da ressaca sentimental...

Minhas decisões já não sentem o peso dos fantasmas do passado ou, talvez, o passado esteja tão enraizado que já faça parte de mim. Uma parte inerente, predominante, no mínimo, influente. Eu ainda sinto as dores, ainda me custam as perdas, ainda acordo de ressaca por conta da bebedeira de sentimentos. Mas agora eu sei que não é nada mais que um momento... Então sento, respiro, relembro, entendo... E aceito. E espero. Horas, dias, uma semana ou um mês, talvez. Tudo passa, tudo cura, e mesmo a dura realidade não é capaz de me iludir. Choro... Lamento. Pergunto "por quê?", resmungo um "até quando?", mas a resposta não vem, eu sei. Já não procuro culpados, e o mais importante, não imputo sobre mim nenhuma culpa. Não sou perfeita, oras! Ninguém é. As vezes as coisas são simplesmente o que devem ser. Cabe a mim o aprendizado, ou apenas deixar que o tempo se encarregue de me fazer esquecer. Vida que segue... Nada é definitivo, a maioria dos planos que fazemos sequer saem do papel, então o mais prudente é viver o presente desejando, apenas, que o futuro chegue e faça valer... Ao som de Don't Know Why - Norah Jones