Há pessoas que vivem em um mundo de sonhos, onde, acreditem ou não, elas realmente são felizes. Incrédulo, certa vez um colega de trabalho, e também grande amigo, me disse que é impossível viver em sonho, mas é perfeitamente possível ser feliz com a realidade. Ele disse, eu acreditei, mas entre acreditar e praticar há uma grande diferença. Mas foi trabalhando com ele que aprendi a primeira grande equação da (minha) vida: intenção - ação = nada*.
Algumas pessoas acreditam que a vida foi criada para ser contada em uma bela história, onde o bem vence o mal, todos se salvam e os mocinhos vivem felizes para sempre. Cresceram acreditando nos sentimentos, cresceram acreditando nas pessoas e esperando, sim, o melhor delas. Eu sou uma delas, e eu sei, não estou sozinha nessa. Há por ai, perdidos neste mundo, pessoas que sentem como eu, que se expõem como eu, que gritam ao mundo o que arde no peito, que acreditam que todos podem mudar, melhorar, evoluir, que acreditam na verdade da vida, que não tem medo do mundo. Há por ai estes imperfeitos, que acreditam no romance, que não vivem em função do amor, mas que nunca desistirão dele.
Mas é preciso acordar do sonho, só que acredito ser possível unir a minha essência à realidade. Não precisamos deixar de ser o que somos para vivermos o mundo real. É possível ser metódico, teórico, racional, sem deixar de sonhar com algo melhor, de suspirar vez ou outra por uma vontade. Não se pode viver só de sonhos, pensando em como poderia ser ou em como gostaria que fosse, é preciso colocar as forças em batalhas que realmente podem ser vencidas, sem ilusões.
Talvez a equação seja melhor assim: (sonho + intenção) - ação = nada. Mais complexa, é verdade, mas bem mais fiel no resultado.
Texto estranho, né? Achei também... É que eu sou meio sem lógica, eu sei. Enfim, devaneios de uma madrugada...
* Quem se interessa por gestão de pessoas, e por lidar com pessoas de um modo geral, isto pode ser aprendido em O Monge e o Executivo, e muito mais pode ser lido lá.
16 de fevereiro de 2010
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4 comentários:
Que baita confusão. Eu não acho que os sonhos e os sentimentos dão-nos essa felicidade toda que as pessoas acham. Eu sou feliz com o pé na terra e a mente no sonho. O sonho para mim existe, mesmo sem acção e sou feliz assim. Mesmo sem sonho a acção é feita e a coisa acontece. Destruindo as equações da vida - ela não é exacta nem matematicavel (estou eu a inventar palavras!) - é acabar com aquilo que ela é de certo para nós. Surpreendente é que o carrossel da existência não é plano e nem previsível. É a insatisfação, o sonho e o plano de se ser feliz que nos locomovem. A acção é importante, mas, como se diz no Direito, relativo à coacção, ela não é o "Ser", mas sim o "Dever Ser". A acção é eminente à condição humana. Não somos sem ela porque ela não existe sem nós. Tudo o que fazemos/sentimos/pensamos/sonhamos é materializado, nem que seja na inconsciência do sonho de olhos fechados, como Freud nos falava. A acção acontece porque simplesmente é natural que assim aconteça.
Bem, isto é muita filosofia para a minha cansada cabeça.
:)
Beijo Beijo, querida Angel.
rs... Devaneios de uma madrugada, Luis. Acho que eu ainda estava sonhando, vai saber...
Abraço, amigo filosófico!
"Nem só de sonho viverá o homem" - não, não foi Cristo quem disse isso, fui eu mesmo, Santiago! E olha que hoje em dia não posso me dar ao luxo de viver em outra esfera que não seja a dura (e nem por isso menos desejada) realidade.
Hoje eu não sonho pra mim - transformo sonhos dos outros em realidade. Contento-me em ser feliz fazendo os outros felizes enquanto ainda há tempo e fôlego a mim reservados nesta dimensão.
Abraço santo.
Santiago, ao que vou te conhecendo admiro cada vez mais você.
"Contento-me em ser feliz fazendo os outros felizes enquanto ainda há tempo e fôlego a mim reservados nesta dimensão."
Isso é altruísmo puro. Parabéns!
Abraços, santinho!
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