2 de fevereiro de 2010

Da série: como saber se você o(a) ama - Nº 4

Tenho um amigo divertidíssimo, mas meio pé de pano* também. Estava doida para encontrá-lo e fazer à ele está minha pergunta. Segue:

“Angel, nunca amei ninguém, nem quero amar”.

Diante de tamanho ceticismo e desdenho ao amor, tive que perguntar.

“Nossa, mas... Por que, pé de pano?!”.

Ele me explica.

“Angel, o amor foi criado para fazer sofrer, é um sentimento que chega sem sabermos de onde veio nem porque veio, mas o resultado é um estrago enorme. Querer ser feliz no amor é como querer colocar uma vaca no topo de uma árvore. É difícil demais, ninguém sabe ao certo como colocá-la lá, mas o fato é que, mais cedo ou mais tarde, ela vai cair e acabar com tudo que estiver embaixo.”

Hã?

*pé de pano - segundo o dicionário Angel's Aureliuns, trata-se de uma pessoa um tanto devagar, confusa, que diz coisas sem sentido por total lerdeza do ser.

8 comentários:

leonel disse...

Talvez, eu não seja a pessoa mais indicada para falar, mas creio ser esta uma visão minimalista do amor. Ao ser humano foi cultuado a capacidade de fazer sentir dos mais nobres sentimentos, e, o que existe de fato entre o amor e a dor, é uma linha que a nós cabe traçar. Pode ser esta minha visão de agora, um tanto utópica, frente à visão caleidoscópica do teu amigo. Mas, tenho pensado, de veras, sobre o assunto e repetido a mim mesmo, algumas palavras de Vinícius de Moraes, quando do amor, dor, sofrimento e paixão. Ei-las aí então:

“... quem já passou por esta vida e não viveu/ pode ser mais, mas sabe menos do que eu/ porque a vida só se dá pra quem se deu/ pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu/ quem nunca curtiu uma paixão/ nunca vai ter nada não...”

Abraço!

Angel disse...

Leo, acha que as dores podem ser evitadas? Não é a primeira vez que ouço isso, que a dor de amor pode ser evitada por quem ama... Não sei ao certo, porque muitas vezes, o remédio para evitar certas dores é uma dor infinitamente maior, que é a da separação. Mas, ao menos é uma dor única, e não doses homeopáticas e persistentes... A pensar.

Lindas palavras de Vinícius, Leo... E concordo com cada uma delas.

Abraços.

Camila Sato. disse...

Todos dizem que o amor é uma dor, mas como seriamos felizes sem ele? Muitos sofrem, mas cada um de nós temos que entender os nossos próprios amores.

Adorei o blog *-*

Eduardo Barbossa disse...

Texto ótimo Angel.
Concordo "em termos" com você, porém faltou dizer que tentar colocar a "vaca sobre a árvore" talvez seja nosso objetivo mor, o grande incentivo que nos motiva a viver.
Grande abraço.

Eduardo Barbossa
eduardobarbossa.blogspot.com

Angel disse...

Camila, você disse duas coisas que achei bem interessantes. Primeiro que não acredito que a gente possa ser feliz sem amor, não mesmo. Mas há quem acredite, talvez por já ter sofrido (acho que meu amigo já amou sim) ou por nunca ter experimentado o sentimento verdadeiro. E segundo, cabe a nós enterdermos nossos amores... ahh, isso é muito certo! Cada um ama de um jeito, mostra isso de um jeito, e ao seu modo, vive o sentimento. E isto é algo a ser respeitado e entendido.

Obrigada pela visita, e pelo carinho!

Abraço.

Angel disse...

Oi, Eduardo! Então... essa ai é a opinião do meu amigo, mas eu concordo mesmo é com você! Também considero que a esperança no amor é algo que nos move nas dificuldades, quando estamos sozinhos, precisando de alguém. Amar é umas das melhores coisas que há, se não for a melhor.

Abraços, e não desapareça. Gosto de sua cia por aqui!

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Sobre este assunto já sabes a minha opinião. Acho-o sim um sofrimento. Acho que ser feliz com ele acaba por passar por muito conhecimento e sabedoria mútua que o facilitismo de quotidiano moderno parece desprezar. Existem adequações/cedências necessárias nesse tipo de amor. Enquanto não se perceber que o amor passa, em primeiro, pela aceitação e conhecimento efectivo do outro a felicidade torna-se díficil de atingir. Mais, tudo piora quando se ocultam coisas e cedimentam sentimentos e pés de lã, distâncias e faltas de comunicação. Aí sim, onde falta a verdade, nada de extraordinário se esperará.
Hoje pedir verdade ao outro é pedir mais do que ele pode dar. Pedir verdade é ser-se condenado. Pedir verdade é mau, porque o outro não destinou, durante o seu processo de formação, algum tempo para o seu autoconhecimento. Esquecemo-nos é que os outros estão na nossa cabeça segundo a nossa imagem e não segundo a imagem dos filmes, dos contos ou das estórias de todos os dias.

UM beijo Angel.
Desculpa a minha ausência.
:)

Angel disse...

Aquela velha tendência a idealização do outro, não é, Luís? Isso é algo que todos devem corrigir, já! Formamos a imagem do homem perfeito (mulher perfeita, no caso dos homens) e tentamos vê-la real em quem nos desperta algum sentimento. Errado, com certeza.

E quanto a ser verdadeiro, acredito que onde há mentira, não há amor. Sem mais.

Saudades suas!

Abraços, meu querido amigo.

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