27 de dezembro de 2009

Porque quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar... *

Desde muito jovem ouço as pessoas dizerem que eu alçaria grandes voos, que eu iria longe e iria alto. Não demorou até que eu começasse a bater as asas e desse os primeiros saltos, que no início não me tiraram mais que alguns centímetros do chão. O tempo passou, eu me dediquei, fui me aperfeiçoando e me vi voando cada vez mais alto. Hoje sei que não cheguei ao limite, mas há muito que ainda sou capaz de conquistar.

Mas com o passar do tempo percebi que, quanto mais alto eu voava, mais sozinha eu ficava. Aos poucos perdi alguns amigos, familiares e amores. Me dediquei tanto em alcançar o céu que não me permiti aproveitar a paisagem a medida que eu subia. É por isso que não sei mais se quero continuar tentando, não tenho mais a certeza de querer subir cada vez mais. Sinto que quanto mais eu subo, mais sozinha fico.

Nem 8, nem 80, angel... Não se pode ter tudo... ou pode?

E se para alçar grandes voos eu tiver que aceitar esse destino e ver aqueles que amo ficando pelo caminho, prefiro não usar toda minha força para impulsionar voos altos, mas voarei mais baixo e a usarei para para carregar os que amo comigo.


*frase de Friedrich Nietzsche

4 comentários:

Jacque disse...

Que cativo privilégio meu! Um anjo me seguindo! Por certo, é realmente algo muito bom e isso vem de encontro ao momento único ao qual estou vivendo. Quanto as minhas humildes palavras, quero dizer-te que são talhadas do mais puro sentimento, seja ele ódio ou amor. Enfim, eu amarrado em versos esses meus devaneios. Agradeço imensamente seu elogio. Deixa eu te contar um segredo (quem escreve, adora elogios, rs). Quanto a você Angel, escreve muitíssimo bem também. Suas colocações nos fazem pensar. Eu adoro isso, pensar... Uma vez disseram que eu penso demais, prefiro pensar mesmo, só assim enxergo de fato como são as coisas (estou mais racional que nunca, rs). Quanto ao seu texto, quero lhe dizer que, realmente nos afastamos de quem amamos quando alçamos voos maiores. Eu por exemplo, abri mão de um voo que seria o maior da minha vida para fazer o que realmente gostava e estar perto daquilo que era simples, mas me fazia um bem enorme, escolhi não mais estar distante dos que eu realmente amava. Quanto a Nietzsche, misericórdia! Fico com a máxima dele que a mim diz muito: "É preciso ter asas quando se ama o abismo."

Eu, como não sou anjo, faço de conta que tenho asas, amo o abismo e faço dele apenas um buraquinho de nada. Sem contar que agora, com um anjo por perto, isso será mais fácil pra mim, rs.

Beijão e bom domingo!

Angel disse...

Ei, Jacque! Obrigada pelo comentário! Espero que minhas palavras sirvam-te de algo, sempre.

No mais, estamos as duas encarando o abismo, e fazendo dele apenas mais um trecho desse nosso caminho!

Abraços.

leonel disse...

F5!

Jacque disse...

Leonel, meu caro... rs

Sempre divertidíssimo!

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