17 de março de 2012

Homem não chora... Não é?

"Homem não chora
Nem por dor
Nem por amor
E antes que eu me esqueça
Nunca me passou pela cabeça
Lhe pedir perdão
E só porque eu estou aqui
Ajoelhado no chão
Com o coração na mão
Não quer dizer
Que tudo mudou
Que o tempo parou
Que você ganhou

Meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora
Esse meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora

Homem não chora
Nem por ter
Nem por perder
Lágrimas são água
Caem do meu queixo
E secam sem tocar o chão
E só porque você me viu
Cair em contradição
Dormindo em sua mão
Não vai fazer
A chuva passar
O mundo ficar
No mesmo lugar

Meu rosto vermelho e molhado..."


Homem Não Chora - Frejat

3 comentários:

O Neto do Herculano disse...

HOMENS QUE MENSTRUAM

São feitos de sutilezas. Tudo neles está à mão e distante; sublimado e exposto. Para eles não há diferença entre comédia e tragédia, eles sabem que a vida é teatro. Armam cenas, cerram cortinas, esperam, afagam, afastam. Querem solidão suas madrugadas, querem atenção suas impaciências. Gritam, mas apenas pelo prazer do silêncio. Despetalam a flor da pele, as lágrimas dos cadernos, os livros das estantes. Nem sempre estão em ponto de bala, prontos para o combate; muitas vezes são alvos fáceis. São dóceis, indefesos, furiosos, indomesticáveis. Colocam as cartas na mesa, viram a mesa, viram o jogo; perdem por muito, vencem por pouco. Sabem de cor muitas mentiras, mas o que importa são as verdades: as mais duras, as mais inconfessáveis – todas passíveis de arrependimentos. Têm sempre certeza, certeza de tudo, embora achem que ninguém os entendam. Brigam, se desculpam, admitem a culpa, colocam a culpa no outro. Abraçam forte e longamente, acolhem em seus braços todas as possibilidades, todos os afetos. Querem amor e exigem amar, querem amar e exigem amor. Insistem em demonstrar força, porém são inseguros, frágeis. São meninos brincando de ser homens. Não sentem cólicas, sentem muito. Sentem ciúmes, se arriscam, pedem provas, se entregam, contradizem. Exibem suas cicatrizes com orgulho, cultivam algumas feridas como plantas. Choram trancados no banheiro, enxugam o rosto no lado mais frio da cama, buscam no escuro o calor do acaso. Suas noites são intermináveis, dolorosas e reconfortantes. Mas não há ambivalência em suas manhãs.

Júnior de Paiva / Dish disse...

Olá Angel, tudo bem?
Belo texto!
Abraço!

Fábio Pedro Racoski disse...

Negar, negar, negar... Não adianta...

Postar um comentário