24 de março de 2012

Adeus

Quando se encontraram por uma dessas coincidências que o destino cuidadosamente arquiteta, havia entre eles uma distância que só o passar dos anos é capaz de impor. O abraço, antes tão esperado, agora fora evitado, e os então amigos deram as mãos. Foi-se o tempo em que falavam com os olhos e se entendiam em silêncio, não porque desaprenderam, mas porque não mais se buscavam. Naquele momento entenderam que o sentimento jazia em um buraco tão fundo que não poderia ser alcançado, e de comum acordo, mesmo sem que uma única palavra fosse dita, decidiram que ele não existia mais. Os derradeiros segundos que os uniram foram testemunhas de um acordo velado, um acerto de contas, o ponto final de uma história cujo o meio será lembrado como o fim. O adeus jamais seria dito, eram covardes, então deram as costas e se foram sem olhar para trás. E embora eles soubessem que juntos já não existiam, naquele momento tiveram a certeza de que, separados, jamais teriam paz.


Don't Stay - Laura Izibor

5 comentários:

Fábio Pedro Racoski disse...

Tão belo, tão triste, tão humano, nas melhores palavras. Adorei!

AquilesMarchel disse...

putz

e é bem isso mesmo!


resumiu tudo


parece ate um textoq ja escrevi no post anterior
curti

Anônimo disse...

Tudo pode ser paz.

leonel disse...

o teu post me fez lembrar este cá meu: http://reescrevendo-me.blogspot.com.br/2010/01/meia-noite-em-ponto-estouraram.html

Helen Ferreira disse...

Acompanho seu blog há muito tempo, mas comecei a segui-la agora. E por aqui me encontro em suas escritas, aqui... há muitas coisas que não tive coragem de escrever...

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