26 de fevereiro de 2013

Dos textos...

Queria que a escrita fosse um recomeço, que as palavras encerrassem ciclos ao mesmo tempo que um novo livro se abrisse em branco. Mas as palavras nada mais são do que um desabafo, o pouco do que consigo juntar da minha mente enlouquecida sem que perca-se o sentido do texto. Sempre que preciso de paz é aqui que eu venho, este que é meu mais íntimo refúgio, tão distante e tão perto do mundo em que me vejo. Sempre que venho aqui entrego lágrimas, sonhos, tristezas, dores ou angústias, tudo regado a uns goles de vinho tinto. E hoje é no silêncio que escrevo, ouvindo coração e alma chorando baixinho. Talvez um dia eu me lembre deste exato momento, do vento sibilando em minha janela e os trovões abafados ao fundo. Talvez um dia eu lembre deste texto escrito em meio a tristeza e o vazio e, não mais dependente da escrita, pense: mal sabia eu que o silêncio sim, é um recomeço.

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