25 de novembro de 2014
Do que não pode ser...
Eu não sei ao certo se fracamos ou se o futuro foi apenas pesado demais para nossos ombros suportarem. Me desculpe pelo longo texto, pelas palavras impensadas, por essa minha estranha mania de querer curar tudo, até mesmo o incurável, de nunca desistir no meio do caminho mesmo que a guerra esteja claramente perdida. E se ainda assim eu quiser perguntar "mas por que não tentamos?", simplesmente ignore meu último suspiro de insensatez... A verdade é que eu só queria saber como seria, qual o gosto de uma vida com você. Mas isso é querer demais, eu sei. Você viu um oceano inteiro entre nós dois, e quem sou eu para te culpar? A culpa, se de alguém for, é minha... Eu que sempre coloquei sobre o amor a responsabilidade de ser irresponsável, de achar que pode tudo... E não, ele não pode. Nunca pôde. Não pra mim. Nada do que eu diga ou faça vai me tirar esse gosto amargo... Então que seja passado o que ainda é presente. E se eu tiver direito a um último pedido, em nome de todo este sentimento que deve morrer, é que os meus últimos dias ao teu lado não me machuquem tanto a ponto de me fazer amaldiçoar o dia em que conheci você.
16 de setembro de 2014
Da dívida a pagar...
Eu não sei se devo chorar. Penso, antes mesmo de deixar uma lágrima cair, que eu devo sorrir e disfarçar as minhas escolhas. "Veja bem, meu bem, o mundo é feliz!" digo a mim mesma. Ou, ao menos, ele finge ser. Preciso negar esse vazio que eu não sei como ocupar, esse espaço assimétrico onde nada se encaixa, um canto afastado, lado esquerdo do peito, onde mora um silêncio absoluto que grita tão alto e me faz desejar enlouquecer. O amor deveria morar aqui... Tento lembrar o momento exato em que ele passou por mim e não me desejou, naquele momento o ar pesou no peito e desde então respirar exige esforço. Sorrir é uma formalidade, é mostrar o quadro pintado que o mundo deseja ver. Será que em algum momento ele se arrependeu? Será que desejou voltar quando, por algum segundo que fosse, sentiu falta de mim? Ou será que ele sabe que eu o sugaria até a morte? Longe de mim, talvez, ele caminhe feliz. E eu não o culpo, eu não o escolhi... O primeiro passo em direção a este meu mundo fui eu quem dei. E é exatamente por isso que eu devo seguir... E com um sorriso no rosto, afinal, o mundo é feliz! Mesmo que eu, muitas vezes, não consiga ser...
1 de setembro de 2014
Da ressaca sentimental...
Minhas decisões já não sentem o peso dos fantasmas do passado ou, talvez, o passado esteja tão enraizado que já faça parte de mim. Uma parte inerente, predominante, no mínimo, influente. Eu ainda sinto as dores, ainda me custam as perdas, ainda acordo de ressaca por conta da bebedeira de sentimentos. Mas agora eu sei que não é nada mais que um momento... Então sento, respiro, relembro, entendo... E aceito. E espero. Horas, dias, uma semana ou um mês, talvez. Tudo passa, tudo cura, e mesmo a dura realidade não é capaz de me iludir. Choro... Lamento. Pergunto "por quê?", resmungo um "até quando?", mas a resposta não vem, eu sei. Já não procuro culpados, e o mais importante, não imputo sobre mim nenhuma culpa. Não sou perfeita, oras! Ninguém é. As vezes as coisas são simplesmente o que devem ser. Cabe a mim o aprendizado, ou apenas deixar que o tempo se encarregue de me fazer esquecer. Vida que segue... Nada é definitivo, a maioria dos planos que fazemos sequer saem do papel, então o mais prudente é viver o presente desejando, apenas, que o futuro chegue e faça valer... Ao som de Don't Know Why - Norah Jones
31 de agosto de 2014
Do voltar a escrever...
Já faz 1 ano e meio que não escrevo aqui... A escrita sempre foi minha válvula de escape, mas por algum motivo eu a abandonei. Talvez porque tenha sido sempre, também, a recordação de um momento doloroso da minha vida, do momento que me levou a escrever. Hoje volto, uma volta que vem sendo ensaiada há dias... No início eu não sabia bem o que dizer, parecia perdida. Nunca dominei as letras, elas é que me dominavam e eu as jogava aqui, sem saber no que ia dar.
Essa semana tive muitos momentos de silêncio, de solidão. Voltei a Porto depois de quase três semanas viajando pela Europa... Agora vivo em Portugal, ao menos por mais seis meses. Viver aqui não tem sido bom... Passei por situações de desrespeito, de preconceito... Conheci pessoas que me fizeram sentir vontade de tomar o primeiro avião de volta para o Brasil... Mas, bem, desistir não é o meu forte, não é mesmo? É por isso que ainda estou aqui.
Quanto ao que ficou no Brasil, um pensamento me assombra desde que cheguei: qual o resultado da minha ausência? Muitas vezes me entristeço ao pensar que minha ausência não é sentida. Desde que cheguei uso muito o facebook, publico fotos, momentos... Todo dia há algo meu ali. Por esta razão, todos os meus "amigos" sabem bem o que ando a fazer e, teoricamente, como estou. Talvez seja por isso que raramente alguém me chama para saber de mim... Facebook, whatsapp, e-mail, skype, line... São tantas formas de estar conectado com alguém que é praticamente impossível dizer "não fiz porque não consegui falar com você". Há muito não leio ou escuto a palavra "saudade", ou talvez um "sinto falta de você". E então, me questiono se isso se deve ao fato de que todos sabem sempre de mim pelo facebook, ou se a verdade é que não existe saudade... Essa segunda possibilidade me magoa profundamente... Eu penso que não sou a mais sociável, tenho dificuldade em me abrir, em deixar as pessoas se aproximarem e, talvez, de ser o que elas precisam/esperam de mim. Sou o resultado de uma infância problemática, de uma adolescência conturbada, de atos desesperados e amores mal resolvidos... Sou toda quebrada... Partida em tantos pedaços que as vezes sinto que jamais conseguirei me juntar.
(quase uma hora depois de escrever as frases anteriores...) Fim de texto, já não sei mais o que dizer... Por hora, acho que foi o bastante para aliviar ao menos um pouquinho do que estou sentindo hoje.
E, claro... Blog novamente desbloqueado, aberto para quem por ventura se arriscar a ler.
26 de fevereiro de 2013
Dos textos...
Queria que a escrita fosse um recomeço, que as palavras encerrassem ciclos ao mesmo tempo que um novo livro se abrisse em branco. Mas as palavras nada mais são do que um desabafo, o pouco do que consigo juntar da minha mente enlouquecida sem que perca-se o sentido do texto. Sempre que preciso de paz é aqui que eu venho, este que é meu mais íntimo refúgio, tão distante e tão perto do mundo em que me vejo. Sempre que venho aqui entrego lágrimas, sonhos, tristezas, dores ou angústias, tudo regado a uns goles de vinho tinto. E hoje é no silêncio que escrevo, ouvindo coração e alma chorando baixinho. Talvez um dia eu me lembre deste exato momento, do vento sibilando em minha janela e os trovões abafados ao fundo. Talvez um dia eu lembre deste texto escrito em meio a tristeza e o vazio e, não mais dependente da escrita, pense: mal sabia eu que o silêncio sim, é um recomeço.
4 de fevereiro de 2013
De mais um fracasso...
Penso que o encontro de duas pessoas demande ao universo toda uma sequência de atos ou mesmo de abstenções. Para que o olhar dele finalmente encontre o dela, me parece provável que duas vidas inteiras sejam arquitetadas minimamente, com toda a riqueza de detalhes, como os dois quadros mais preciosos de uma obra de arte. E assim, quando o encontro e o desencontro coexistem no mesmo espaço-tempo, algo no universo se perde, não se transforma, apenas morre e da lugar ao vazio de uma história que não vingou. E mesmo que não exista um início e um meio, o fim é igualmente doloroso e verdadeiro. Dois seres reféns de um passado carente de presente, órfão de futuro, de mãos dadas ao ponto final que selará para sempre o destino dos dois. E quem irá saber se seria verdadeiro? E quem poderá dizer o que podia ser feito, a quem caberia o próximo passo ou o recuo? Não há respostas a nenhuma das perguntas, mas é melhor assim, antes prematuro do que doloroso, antes o nada que a dor.
11 de janeiro de 2013
Do que é torto...
A minha conta nunca fecha. Os sinais se repetem, os números não se entendem e o resultado é sempre um conjunto de falhas, um erro, em excedente de algo que sequer existiu. Eu não suporto ver tanto desequilíbrio nesta minha balança, a minha vida não pode ser assim, tão assimétrica, tão disforme. E sequer tenho a quem recorrer... Não tenho direito de pedir aos céus que me governem, muito menos que olhem pela felicidade que eu julgo merecer. Sou a mais errada entre os humanos, cometi crimes que uma vida inteira de dor não me faria pagar. Então o que me resta? Espero pelo conserto do que já nasceu quebrado? Me acostumo com a triste visão e o nada poder fazer? E se meu peito se fechar pela tristeza que já me ocupa os pulmões e me priva o ar? Embora muitas vezes me pareça um atalho mais digno o querer morrer... Não posso, eu hei de lutar! Mesmo sozinha, me darei as mãos que me ajudarão a levantar. Essa vida tão torta, tão cheia de arestas a acertar, não pode ser mais forte que meu desejo de vencer... Não pode. E jamais poderá.
9 de dezembro de 2012
Arrependimento
Hoje eu preciso chorar todas as minhas dores, minhas decepções, cada um dos meus medos e traumas. Preciso chorar para que me sobre algum espaço, para meu coração seja aliviado, para que sentimentos bons preencham o vazio que as lágrimas deixarão. Este não é o pior momento da minha vida, eu sei bem disso, mas há tempos eu não sentia tanta angústia. Não sei mais lidar com isso... Não sei mais lidar comigo, com as minhas deficiências e limitações. É mais fácil quando a gente tem o controle, quando as decisões são nossas e basta dizer sim ou não. Mas este não é o caso. Nas minhas mãos esta apenas o viver dos dias, a maneira como vou encarar tudo o que esta acontecendo e o que irá acontecer. O desconhecido me assusta, não há como planejar no escuro. Queria não ter feito o que fiz... Mas, antes disso, queria não ter chegado ao ponto de fazê-lo.
12 de novembro de 2012
Deste dia...
Após ficar por 20 dias, minha mãe foi embora. Ela saiu há 30 minutos e desde então eu não consigo parar de chorar. O que sinto agora é uma mistura de solidão, de vazio, de culpa, mas principalmente, de medo. Medo porque sem ela aqui parece que nada mudou. É como se eu voltasse à minha vida triste de antes, à falta de perspectivas, à dúvida de não saber se fiz as escolhas certas, se estou no caminho que eu realmente queria estar, se um dia eu vou me sentir realmente feliz. Tudo esta voltando ao que era, mas eu ainda sou a mesma... Mesmo depois de tudo, mesmo depois de todo o sofrimento da cirurgia... Me olho no espelho e não consigo enxergar meu futuro, não consigo ver as mudanças que eu (acho) que precisaria. Esse vazio que sinto agora, essa agonia, é o resultado dos meus 29 anos de vida. E tudo o que eu mais queria, era ter a certeza de que cada um deles valeu a pena...
25 de setembro de 2012
De você, pai...
E se você tivesse feito o seu papel? Se aparecesse nos aniversários, me buscasse na escola, se me olhasse a noite para saber se eu estava com febre, se tivesse me ensinado a gostar de futebol e me falado sobre como meninos são... meninos. E se você tivesse sido carinhoso, se naquele dia em que nos conhecemos tivesse ao menos me olhado com doçura, se tivesse atendido minhas ligações, se tivesse sido ao menos educado... Será que eu seria a mesma pessoa? Porque eu já não sei se o que sou é a verdade ou o resultado do que você criou. E hoje, anos depois da sua suposta redenção, eu ainda choro o mesmo choro de quando eu tinha apenas 5 anos de idade e vi você atravessando a rua ao me ver. Te perdoei, pai... Mas agora eu sei que foi da boca pra fora. E nem é por mal ou qualquer outra coisa, é simplesmente porque aqui dentro, na ausência de sentimentos, o perdão sequer existe.
23 de setembro de 2012
Do que sou sem você...
Tento me apegar a idéia do impossível, do improvável, do que foi sem jamais ter sido. Tento ignorar sua presença me iludindo, contando histórias de que ninguém é feliz para sempre, de que o amor é um caminho tortuoso e difícil e de que jamais seríamos únicos em nós mesmos. Tento não planejar o futuro, tento ignorar o presente pintando-o com as cores do passado. As lições que a vida nos ensina devem ser praticadas e não esquecidas, mas é tão difícil não esquecer quando você está por perto... Sofro com a dúvida de não ser a única, choro com a possibilidade de sequer ser lembrada. Nas palavras que você omite estão todas as minhas certezas, é no seu silêncio que desmorona meu alicerce. Reservo meu sentimento ao passar dos dias... em breve cairemos no esquecimento. Ao som de Someone Like You - Adele
21 de setembro de 2012
O meu, e só meu
Há muito eu necessito disto, deste isolamento, deste encontro de mim em meio a tudo que já não sou. Não estou na imagem do espelho, não me reconheço em meus olhos e não caibo mais em mim. O que começa agora é a busca pela paz do corpo, e para isso talvez eu perca um pouco de alma...
Texto escrito dia 16/09, em Portugal:
Essa noite sonhei com você. Um sonho que não se explica pois há muito não te trago aos meus pensamentos. Te esqueci por muitas luas, até que os deuses te trouxessem novamente para junto de mim. Dizem que nos sonhos as almas se encontram, se for assim essa manhã você também acordará com minha imagem gravada na tua memória. Nunca nos vemos, mas de alguma forma hoje, agora, sinto que você é importante para mim. E lembrando o motivo torpe que nos afastou, o orgulho de ambos que nos mantém distantes, só me resta lamentar pelo que não vivemos. E então choro pensando no que não foi, no pedaço meu que posso nunca mais reaver.
Ao som de Don't know why - Norah Jones
24 de março de 2012
Adeus
Quando se encontraram por uma dessas coincidências que o destino cuidadosamente arquiteta, havia entre eles uma distância que só o passar dos anos é capaz de impor. O abraço, antes tão esperado, agora fora evitado, e os então amigos deram as mãos. Foi-se o tempo em que falavam com os olhos e se entendiam em silêncio, não porque desaprenderam, mas porque não mais se buscavam. Naquele momento entenderam que o sentimento jazia em um buraco tão fundo que não poderia ser alcançado, e de comum acordo, mesmo sem que uma única palavra fosse dita, decidiram que ele não existia mais. Os derradeiros segundos que os uniram foram testemunhas de um acordo velado, um acerto de contas, o ponto final de uma história cujo o meio será lembrado como o fim. O adeus jamais seria dito, eram covardes, então deram as costas e se foram sem olhar para trás. E embora eles soubessem que juntos já não existiam, naquele momento tiveram a certeza de que, separados, jamais teriam paz.
Don't Stay - Laura Izibor
Don't Stay - Laura Izibor
17 de março de 2012
Homem não chora... Não é?
"Homem não chora
Nem por dor
Nem por amor
E antes que eu me esqueça
Nunca me passou pela cabeça
Lhe pedir perdão
E só porque eu estou aqui
Ajoelhado no chão
Com o coração na mão
Não quer dizer
Que tudo mudou
Que o tempo parou
Que você ganhou
Meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora
Esse meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora
Homem não chora
Nem por ter
Nem por perder
Lágrimas são água
Caem do meu queixo
E secam sem tocar o chão
E só porque você me viu
Cair em contradição
Dormindo em sua mão
Não vai fazer
A chuva passar
O mundo ficar
No mesmo lugar
Meu rosto vermelho e molhado..."
Homem Não Chora - Frejat
Nem por dor
Nem por amor
E antes que eu me esqueça
Nunca me passou pela cabeça
Lhe pedir perdão
E só porque eu estou aqui
Ajoelhado no chão
Com o coração na mão
Não quer dizer
Que tudo mudou
Que o tempo parou
Que você ganhou
Meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora
Esse meu rosto vermelho e molhado
É só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe
Que homem não chora
Homem não chora
Nem por ter
Nem por perder
Lágrimas são água
Caem do meu queixo
E secam sem tocar o chão
E só porque você me viu
Cair em contradição
Dormindo em sua mão
Não vai fazer
A chuva passar
O mundo ficar
No mesmo lugar
Meu rosto vermelho e molhado..."
Homem Não Chora - Frejat
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