28 de fevereiro de 2010

Posso tentar uma definição...

Sou umas poucas palavras que não fraseiam com perfeição. Não há sequer um verso, nem um reles esboço de prosa, não há linhas, tinta, papel. O que há então? Perguntariam-me a tempo. Não sei, talvez um vazio, uma imensidão. E das poucas palavras, o que faz? Uso como escudo, como arma, talvez abra uma ferida, ou fale de amor e faça uma bela declaração. Mas as palavras mais preciosas são tão poucas que eu tenho medo de gastá-las, de ficar sem elas, e estar fadada a nunca mais escrever amor, carinho, paixão. Isso iria doer, eu sei. E não me diga que um pouco de dor fortalece o coração. Ser forte assim eu não quero, porque nem toda a força do mundo haveria de curar minha decepção.

Então me deixe ser assim, imperfeita, um alguém sem qualquer definição. Se ninguém me definiu, não há o que me prenda então. Não quero ser eternamente o mesmo texto, nem um conjunto de rimas, bonitas ou não. Eu poderia agradar uns poucos leitores ou muitos talvez (me desculpe a pretensão), mas eu não quero para mim a responsabilidade de agradar ninguém, porque eu nasci desagrado, não só satisfação.

Se você quer tanto me escrever de algum jeito, diga ai neste seu texto que eu sou um emaranhado de letras, rebeladas, despretensiosas, escreva ai, em negrito e sublinhado, que em meio a regra, eu preferi ser a exceção.

27 de fevereiro de 2010

formspring.me

Agora tem formspring.me nesta humilde nuvenzinha aqui. Está ai do seu lado esquerdo, logo abaixo do link para o meu twitter. Quem quiser...

Abraços, amigos!

Pensando...

Não é engraçado ver pessoas querendo ser você, quando tudo o que você mais queria, era por pelo menos um dia, sair de si?

O que as pessoas não sabem, ou sabem e parecem esquecer, é que não há vida perfeita, e que a vida, bem ou mal, está nos olhos de quem vê.


Sonho de uma flauta - O Teatro Mágico

26 de fevereiro de 2010

Deixa te ficar na minha casa



Esta música, neste mesmo vídeo, eu ouvi no blog da Marta, o HÁ VIDA EM MARTA. Eu fiquei encantada, com letra, melodia, voz, e quis mostrá-la à vocês.

Ótima sexta-feira, amigos. E vem ai o final de semana, aproveitem!

O que fica, o que é certo...

O elevador anunciou o décimo andar, as portas se abriram e por alguns segundos ele hesitou descer, não tinha certeza do que o movera até ali, não sabia se era o certo e se realmente era necessário fazê-lo àquela hora. O coração parecia que ia sair pela boca, os olhos lacrimejavam, ele sabia que aquele poderia ser o último ato, o final da estória, um final bem diferente do que ele havia imaginado. Reuniu suas forças e caminhou até a porta, aquele ambiente, tão familiar a ele, era agora tão estranho que o assustava. Parou em frente à entrada, não teve coragem de apertar a campainha, as lembranças vieram com toda a força e o impediam até mesmo de pensar.

Se lembrou de quando a conheceu naquela manhã de domingo em uma livraria, enquanto ambos escolhiam sua próxima leitura. Se encantou com o jeito dela, com o carinho com que percorria os dedos pelas estantes repletas, e pelos sorrisos que dava sempre que lia o amor em algum resumo. Os olhos se encontrando por acaso, o sorriso contido, a força que ele teve que fazer para vencer sua timidez e falar com ela inventando algum motivo. Naquele mesmo dia ele soube que a amava, e soube depois que com ela o mesmo havia acontecido. Foram meses juntos, os mais perfeitos de sua vida, até que o destino quis atravessar seus caminhos. Houve brigas, mas nenhuma tão séria quanto aquela, havia um culpado, mas talvez a culpa se desfizesse se o amor ainda fosse forte como foi no passado.

Sem querer foi trazido à realidade, e se nada mais poderia ser feito, então que pelo menos acabasse logo. Tocou a campainha, ouviu alguns passos, o virar da chave na fechadura, a porta se abrindo e ela surgindo a sua frente, tão ou ainda mais bela do que o dia em que ele a havia conhecido. Quis sorrir, mas teve medo, os olhos denunciavam que ela havia chorado. Mal conseguiram se olhar, ficaram em silêncio por alguns minutos até que ele, ciente do que lhe cabia, estendeu as mãos para entregar à ela uma caixa.

“São suas coisas... Ficaram na minha casa, eu...”

“Você não precisava... Não agora... poderia trazer outro dia, mandar alguém trazer...”

“Tudo bem, eu queria trazer. Está tudo bem, mesmo.”

Ela pegou a caixa e suas mãos tocaram as dele quando foi fazê-lo. Mais uma vez se olharam nos olhos e desta vez o que mais sentiram foi saudade. Em meio a tudo que tinha acontecido, a briga, as ofensas infundadas, só conseguiam sentir saudades um do outro, e de tudo o que significavam. Ele levou suas mãos ao rosto dela, se aproximou e em um ato impensado lhe deu um beijo.

A caixa foi abandonada sem que ela nem percebesse. O último beijo talvez, o último abraço, quem sabe. Mas naquele momento o amor falou mais alto que qualquer outro sentimento, e se fez a única certeza em meio a todas as dúvidas que o futuro os reservava.


Por onde andei - Nando Reis

25 de fevereiro de 2010

Pensando...

Há coisas contra as quais você não pode lutar. Talvez o mais difícil seja reconhecê-las, mas certamente o mais doloroso é aceitá-las.

Mas é preciso, não é?

Como morrer ao telefone

Hoje de manhã, telefone toca, eu atendo:

"Por favor, a Angel"

"Sim, é ela, pode falar"

"Angel, a srta conhece a K.?"

"Conheço duas K., a qual você se refere?"

"Ela é nutricionista, tabalha..."

"Ah sim, sei quem é"

"Bem, eu tive o prazer de conhecê-la e estou ligando em consideração a ela... Ela me deu seu telefone e pediu que eu te ligasse, sabe..."

Coração acelerado, o corpo gelou inteiro na mesma hora, precisei me sentar, imaginei logo o pior, afinal, aquele tom de voz um tanto fúnebre, e o jeito que ela falou comigo... "Ai, meu Deus" pensei.

"Bom, ela está fazendo inglês aqui conosco, em um módulo avançado direcionado a profissionais de ensino. Estamos disponibilizando duas bolsas parciais e ela disse que a stra poderia se interessar"

Eu ainda tremendo, mas já mais calma e com muita, muita raiva...

"Nossa... Não, obrigada, por hora penso em aprender outra língua..."

"Ok, obrigada pela atenção"

Liguei para a K. na mesma hora e contei o ocorrido. Ela? Riu horrores e disse "Eu sabia que você me ama. Não vai viver sem mim nunca mais, né?!".

¬¬

Depois pediu desculpas e disse que não era culpa dela. Eu sei que não era, a culpa foi da atendente que com certeza faz isso de propósito. Deve dar altas risadas vendo o desespero alheio do outro lado da linha.

¬¬

24 de fevereiro de 2010

Peço emprestado a...

William Shakespeare:

"Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...

Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:

Acho que você está errado, mas estou do seu lado...

Ou alguém que apenas diga:

Sou seu amor! E estou Aqui!"

23 de fevereiro de 2010

As pessoas, os relacionamentos, o casamento.

Não é a primeira vez que tenho uma discussão tão acalorada com este meu amigo. Nossos desentendimentos são, de certa forma, restritos, ou explicando melhor, basicamente nos desentendemos sobre relacionamentos, sobre o comportamento das pessoas em relação a elas mesmas e aos outros. Apesar de me deixar triste tamanho ceticismo que vem dele, eu não o julgo e o respeito muito, principalmente porque sei que posso estar errada em muitas das minhas colocações, e mais, é bom ouvir coisas que não passam pela minha cabeça, é como se ele fosse meu “choque de realidade”.

Apesar de tudo que vejo, ainda acredito nas pessoas. Somos animais, é verdade, mas seres pensantes, com inteligência, raciocínio, e perfeitamente livres para escolhas. Ele me disse que somos autodestrutivos, que nascemos com a “sementinha do mal” plantada em nossos corações. O ser humano é o caos, ele me diz sempre, e por isso vive coberto por máscaras, tentando se ajustar a um código hipócrita de conduta social. Tem instinto de sobrevivência, nada mais. Segundo ele, se todos agissem como bem querem, ai sim poderíamos julgar de maneira verdadeira como somos enquanto seres humanos, porque da maneira como vivemos, somos farsas. Os relacionamentos para ele, de uma maneira geral, são ferramentas que inventamos para sobreviver, para ganhar alguma coisa e/ou para garantir o que já é nosso. Não sou ingênua a ponto de achar que não é assim, que as pessoas se relacionam simplesmente por afinidade e por carinho aos outros, é bem verdade que muitas aproximações são por interesse, mas não se pode generalizar. Concordo quando ele diz que enxergamos máscaras e não rostos de verdade, e parte disso se deve, sim, aos padrões de conduta estabelecidos. Mas imagine se todos pudessem fazer o que quiser, agir como quer, falar o que quer, sem pensar nas interferências disso na vida dos outros. Isso sim seria o caos. Há padrões de conduta? Há, e não sei se estão todos certos, se alguns são “excluidores”, preconceituosos, hipócritas, mas há. E acho que o atual padrão foi o que o ser humano chegou de mais próximo ao bem comum. Há o que ser revisto, porque as pessoas mudam com o tempo, mas, por hora, é o que temos, e acho sim, que isso “nos controle”.

Quando falamos de casamento então... Ai sim o assunto rende. Totalmente descrente da instituição, ele se apóia na privação que o casamento impõe, nas cobranças desmedidas, no sentimento de posse que um assume sobre o outro. Confesso que gosto da idéia, que penso sim, em me casar. Não me refiro a toda aquela cerimônia, vestido de noiva, padrinhos, igreja, não sei quantos convidados, até porque não sou católica, então a cerimônia religiosa mais comum por aqui (Brasil) não sei se terei. Mas acredito que uma união pode dar certo, e que duas pessoas podem ser felizes juntas, mais que se estivessem sozinhas. É preciso abrir mão de uma parte da sua liberdade? Obvio que é. A premissa é ficar com aquela pessoa, e só. Mas não condeno quando o casal concorda com o contrário e aceita um relacionamento aberto. Não condeno porque é algo feito as claras, é acordado entre os dois, ninguém é enganado. A maioria dos casamentos tem fracassado? Sim, é visível. E tenho uma opinião do porque disso. Volto na história das máscaras, algo que concordo com meu amigo, nos mascaramos querendo ser perfeitos, porque a sociedade nos exige isso e porque queremos, a qualquer custo, alcançar nossos objetivos, escondemos defeitos, forjamos qualidades, aceitamos coisas no outro que não gostaríamos, e que ficam remoendo por dentro. E como ninguém consegue fingir para sempre, depois do casamento, e do tal atestado de posse, a verdade acaba aparecendo. Um pouquinho aqui, um pouquinho ali, e vamos nos decepcionando porque a pessoa que começa a se formar, ou melhor, a se mostrar, é completamente diferente daquela com a qual nos casamos. E como posso ficar com ela se não foi por ela que me apaixonei?

Além disso, vejo também a facilidade com que as pessoas abandonam um relacionamento, e não só o casamento, namoro, mas amizades também. Não me agradou? Eu troco. Antigamente os casamentos duravam muito porque as pessoas aceitavam muitas coisas, eram mais passivas, principalmente as mulheres. Se acho isso certo? Não, não acho certo. Ninguém tem que aguentar certos comportamentos do outro e ficar ao seu lado mesmo assim. Mas qualquer coisa virou motivo para separação, pouco se fala, falta vontade de conhecer os fatos, de entender o lado do outro, de reconhecer os próprios erros. Estamos egocêntricos demais para aceitar qualquer coisa.

Ninguém tem que casar. Ninguém tem que manter qualquer tipo de relacionamento. Isso não é uma obrigação, e por mais que a sociedade te “aponte” quando você passa dos 30 anos e ainda está solteiro, isso por si só não é um motivo para casamento. Tenho um colega de trabalho que trái a mulher sem nenhuma culpa, e em meio a uma conversa que tivemos sobre isso, quando perguntei a ele porque então ele se casou se ela não o satisfaz, ele me disse que “uma hora todo mundo tem que casar”. Discordo. E pior é envolver outra pessoa nisso, porque a mulher dele é uma pessoa ótima, trabalha muito e não faz idéia do que se passa.

Me desculpem, mas, me recuso a desacreditar, dessa maneira, nas pessoas. Para mim valores estão sendo perdidos, a educação, e não me refiro a que se recebe na escola, mas sim a que se recebe em casa, pouco existe e talvez esteja ai a raiz do que o ser humano tem se tornado. Focamos no ter, quanto mais você tem melhor você é. Alimentamos diariamente nosso egoísmo, nosso egocentrismo, e isso se reflete nos relacionamentos, sejam quais forem. Mas podemos ser melhores, eu sei que podemos.

Post longo... espero que tenham tido paciência para ler.

Nem a chuva, nem o sol... talvez o tempo.

A luz invadiu pela fresta e abriu caminho na escuridão. Inúmeras tempestades confrontaram aquela porta, o sol forte, as ventanias. Os intempéries foram poderosos e criaram uma fissura, e talvez, se insistissem um pouco mais, criariam uma grande fenda. Mal sabiam que algo infinitamente mais poderoso seria capaz de abrir a porta sem danificá-la. Tratava-se do tempo, que agia sutilmente a espera da melhor hora.

A claridade mostrava o vazio, a triste certeza de que nada mais havia ali. O silêncio parecia gritar, ecoando sombrio entre os cantos daquele lugar desocupado. Ali já fora abrigo, já fora casa de uma pessoa só, alguém que não apenas vivia, mas que também cuidava com carinho do lugar que era seu. Havia cores e um cheiro suave de rosas, mas hoje o que se vê, com a luz que invadiu sorrateira, é uma total ausência de tons e o cheiro que se sente é o do abandono. Já não há mais nada que lembre os bons momentos que antecederam a partida.

Ciente de que já era hora, o tempo fez a porta se abrir com um leve sopro. Do lado de fora alguém encarava aquele espaço sem saber ao certo o que fazer. Os olhos curiosos ainda se mostravam tímidos, e temeroso, se aproximou. Percebeu do que se tratava, e mesmo diante do visível abandono, soube que ali viveria com conforto. Aquele lugar precisava de quem o cuidasse, de quem desse a ele a devida atenção e amparo, e ele o fez. Permitiu que a luz invadisse de todo, buscou flores, belas rosas, coloriu as paredes. Dia após dia ele se dedicou em consertar os estragos causados pela falta de cuidados. Aquele lugar se tornou a sua casa, o lugar para onde ele sempre queria voltar. E ela o permitiu de todo, percebendo em cada gesto que ele cuidaria dali com todo o carinho com que era necessário cuidar.

Não se sabe se ele irá morar ali para sempre, assim como não se pode saber até quando ela o permitirá. O que se sabe é a lição dada pelo tempo, que calmamente se mostrou mais forte que qualquer outra força. E ele, o tempo, é tão fiel às tarefas que lhe são dadas, que se não for capaz de sozinho consertar certos estragos, trás quem tenha as ferramentas e se encarregue de encerrar a sua empreitada.

22 de fevereiro de 2010

Das lembranças

Eu hoje tomei café naquela caneca que você mais gostava, e olha que nem gosto de café e sempre detestei aquela caneca monocromática. Eu posso estar enganada, mas, acho mesmo que senti o gosto da sua boca quando meus lábios tocaram a peça no exato lugar onde os seus tocavam.

Fui até a sala e me sentei no sofá bem próximo a janela, exatamente onde você se sentava, de manhã, para tomar seu café. Pousei minhas costas sobre a almofada, fechei os olhos, respirei fundo, e mais uma vez, as lembranças vieram, e por elas, eu fui tomada. Ali, sentada no lugar que era seu, senti seu cheiro invadir-me por inteiro, impregnar em meu corpo de tal forma que você parecia estar ali, ao meu lado, e que tinha me dado um daqueles abraços apertados que só você sabia dar.

Eu sorri. Me lembrei de que você estava sempre sorrindo. “Eu sou feliz, tenho mais é que sorrir mesmo. Eu tenho você, o que mais eu poderia querer?”, era o que você me dizia, arrancando do meu rosto insensível um sorriso meio torto. Você tinha sentimentos demais, intensidade demais, eu me via em você e isso me dava medo. Eu, que nunca soube direito como controlar tudo que habita em meu peito, estava diante de alguém que não via necessidade nenhuma de qualquer controle. Éramos tão diferentes, e ao mesmo tempo, exatamente iguais.

Abri os olhos, a realidade estava diante de mim e me mostrava que tudo não passara de pensamentos, lembranças soltas que de vez em quando afloram em minha mente. O café restou quase que totalmente, eu nunca gostei, não adianta. Ficou a saudade também, de um tempo em que nesta casa tomava-se café, e duas pessoas eram felizes e davam risada por coisas bobas, como se fossem duas crianças.

Carinho [4]



Advinhem o que ganhei? Muito bom isso! Quem não gosta de ser lembrado, ainda mais por pessoas queridas?

Pois este veio da Juliana, um doce de pessoa que está sempre por aqui compartilhando seus pensamentos comigo. Ela tem dois blogs, o Sentimentalidades (que ela divide com o Leo) e o Palavras.. em Vão. Os dois blogs merecem ser conhecidos, estão repletos de sentimentos muito bem traduzidos em palavras.

Obrigada, Juliana! Adorei o carinho!

Bom... A regra era indicar 15 blogs para ganhar o selo... Desta vez não vou fazer indicações, porque quero dá-lo a todos que vem aqui, que deixam suas impressões, ou até os que não as deixam também, mas que sempre me acompanham. Este blog nasceu meio sem saber porque, não sabia se ia crescer, se ia ser alguém... E hoje é parte importante da minha vida, um lugar que cuido com todo carinho porque tem me feito muito feliz. Existem pessoas maravilhosas por ai, e por aqui conheci muitas delas.

Amigos, obrigada.

21 de fevereiro de 2010

Só queria dizer...

Vontade de olhar nos olhos e dizer “eu te amo”...

Alguém mais está sentindo falta disso, por ai?

Não me digam que vivemos sem amor... Não vivemos. Sem amor nós sobrevivemos, isso sim.

19 de fevereiro de 2010

Sou eu, e um pouco mais



Um post como todos os outros, mas com um pouco mais de mim. Além de ter nascido em um momento singular, quis mostrá-lo à vocês através da minha escrita. Esta idéia eu trouxe lá do blog do Luís, o Suor de um rosto, deste post aqui. Ótimo jeito de nos conhecermos um pouco mais, não acham? Quem gostou da idéia, faça também, falo por mim e digo que seria muito bom conhecê-los melhor através de seus manuscritos!

Ah, e claro, minha letra não é cheia de efeitos, não tem nada de especial nela. É simples, como sua dona, porem é cheia de carinho.

Abraços, amigos!

Porque o corpo está doente, e a culpa é da alma.

Não gosto dessa sensação que por vezes me assola. Parece que vivo "pisando em ovos" e que algumas das minhas palavras e atos estão sendo medidos.

Não estou fazendo nada de errado, o que foi dito não é motivo de calúnia, me atenho ao que é real, verbalizo a realidade, aquela que há quem ignore. Detesto ver fatos serem distorcidos, palavras colocadas em minha boca e ações que eu jamais tomaria, atribuídas a mim. Cansei de "pisar em ovos", ainda mais porque, até hoje, não recebi nada exclusivo e verdadeiro em troca. E sim, é uma troca.

Cada um que faça o que quiser da sua vida, mas faça sem tentar jogar a culpa de seus erros sobre mim. Todos, sem excessão, nasceram com livre arbítrio, nasceram pensantes, seres de conciência e de emoção. Eu não mereço viver com o coração apertado, imaginando o que mais devo ou não fazer. Pois eu já fiz muito, já fiz mais que qualquer outra pessoa se proporia a fazer, e se mesmo assim não é suficiente, se mesmo assim ainda é motivo de dúvidas e retaliações, só deixa claro o que devo fazer.

Devo fazer o que passei anos esperando que outras pessoas fizessem. Fiquei esperando que me dessem algum valor, quando quem deve me valorizar acima de tudo deve ser eu mesma. Vou buscar forças onde for preciso, e é assim que vai ser.

Carinho [3]



O Luís, do Suor de um rosto, entrega, sempre ao final do ano, um prêmio aos seus seguidores especiais. Nos conhecemos em 2010, mas o Luís quis partilhar comigo este carinho mais que especial. E eu adorei, viu?! Estes selinhos são, para mim, exatamente o que diz o título, um carinho. Luís, mais uma vez obrigada, e não só pelo selo, mas também pela companhia de todos os dias, pelos ouvidos emprestados aos meus desabafos, pela sensatez de sempre, pelo carinho, enfim, pela amizade. Seu único defeito é morar do outro lado do mundo, viu?! Caso contrário seria como eu disse, te arrastaria para um café e longas conversas! Continue compartilhando todo esse talento conosco, Luís, e saiba que por aqui há uma amiga que muito te admira e vai sempre torcer por você.

Abraços!

18 de fevereiro de 2010

Carinho [2]



rs... Adorei este selinho! Veio da Kárita também, dona do Big Girls Don't Cry. Ei, Kárita, obrigada por compartilhar comigo mais este carinho, é especial, eu adoro, e este então... muito divertido!

Como manda a regra, devo responder a seguinte pergunta: Para você, o que não tem preço?

Pois bem, para mim o que não tem preço é um abraço apertado, daqueles bem carinhosos! :)

E agora, as minhas 9 indicações, são blogs de amigos que estão sempre por aqui ou que leio com frequência.

Só queria lembrar que além destes que estão na lista, tem o da Juliana e do Leo, da Sandra, da Carol, da Barbara... que eu também adoro, mas eram só nove, e da outra vez eu dei selinho para vocês e tal... :/

(Ai, eu nunca consigo fazer isso...)

Sem mais, como precisam ser apenas 9, os donos do selo são:

Bia Monteiro - Permita-se

Carlo Lagos - FatoSemPalavras

Fotógrafo - Polaróides Secretas

Jacque - Poética

Luís Gonçalves Ferreira - Suor de um rosto

R. Santiago - Nem Santo nem Rapadura

Rui - Templo do Amor

Thiago Gacciona e Paolo Belloti - Marca Livro

Viviane Zion - Viviane Zion וִיבִיאַנֶה זִיאוֹן


É isso. Beijo, amigos!


UPDATE (19/02 - 11:50)

Ganhei este selinho da Jacque também! :)

Obrigada, Jacque. Bom... não vou indicar ninguém (o que na verdade quer dizer "sintam-se todos indicados"), mas quero acrescentar algo a minha lista do que não tem preço.

Para mim, amizade não tem preço. Tá ai uma das poucas certezas que tenho nessa vida.

Jacque, muito obrigada por me dar este carinho, admiro você demais, que faz versos com tanta facilidade e sentimento. São lindos, são intensos, impossível não tomar seu blog como um vício! E quanto a Jacque pessoa, saiba que também adorei conhecer, e fico muito feliz em ver suas descobertas, dia a dia, sua felicidade, sua maneira única de encarar o mundo e esse vontade enorme de ver todos que estão a sua volta felizes. Isso será recompensado, com certeza! Abraços, Jacque, e precisando, pode contar!

Porque nunca estamos sozinhos...

Era uma bela manhã de domingo, o céu mostrava um azul límpido e o sol brilhava cada vez mais forte. Algumas crianças brincavam em volta do lago, sob o olhar atento dos pais, sentados na grama. Homens e mulheres se exercitavam, casais passeavam com seus cachorros e a alguns metros, do meu lado esquerdo, um senhor tentava ganhar a vida vendendo pipocas. Um típico domingo, e como sempre, eu estava ali.

Aquele banco já se tornara meu, aquela sombra já me conhecia, as flores me eram companheiras e eu assistia seu desabrochar com o passar das semanas. Era primavera, o vento fresco tocava meu rosto e brincava com meus cabelos, eu sorria. Em minhas mãos um livro que eu guardava especialmente para aquele dia. Aos domingos eu me reservava uma história, o que fazia com que um livro durasse semanas, meses até.

Mas, estranhamente, naquele dia, a presença das pessoas me incomodava. Não sei se exatamente a presença ou se era como elas estavam. Não havia mais ninguém sozinho ali, apenas eu. Ainda procurei com cuidado, olhando todos que estavam a minha volta, mas, era fato, apenas eu não tinha com quem compartilhar o estar ali. Baixei meus olhos por alguns instantes, fechei o livro e o coloquei ao meu lado. Senti o peito apertando, me deu vontade de chorar. Procurei em minha bolsa pelo celular, precisava ligar para alguém, ouvir uma voz qualquer, saber que em algum lugar alguém estava comigo, mesmo de longe. Não encontrei, devia tê-lo deixado em casa, ainda sobre a escrivaninha, com certeza. Coloquei meus óculos escuros, me encostei no banco, trouxe minhas pernas em direção ao peito e as abracei, se fosse para chorar, não queria que ninguém visse.

Fui trazida à realidade quando sua mão pousou sobre meu ombro. Assustada, me virei instintivamente.

“Eu sabia que você estava aqui”, falou ele, abrindo um sorriso logo em seguida.

“Ei... o que você está fazendo aqui”, já me levantando para dar-lhe um abraço.

“Estava em São Paulo cuidando de alguns negócios, estou voltando para casa, mas, quis passar aqui e te ver... Eu estava com saudades de você.”

“Eu também estava... Nossa, como estava...”

Ele me abraçou forte, e com uma das mãos acarinhou meus cabelos enquanto colocava seu rosto bem próximo ao meu.

“Você ainda usa o mesmo perfume”, disse, me fazendo rir.

“Sim, o mesmo... Isso é ruim?”

“Não... Na verdade, você não mudou nada, está exatamente como eu me lembrava”

“Você também não mudou. Mas, não se passou tanto tempo assim para grandes mudanças, não faz nem dois anos.”

“É verdade, mas parece que faz muito mais”, disse ele olhando em meus olhos.

Senti como se ele me visse por dentro, como se aqueles olhos enxergassem bem mais do que eu gostaria que vissem.

“Você está triste? Não, espere... não é uma pergunta. Eu te conheço, sei que está. Vamos lá, me conte o que está acontecendo”

E ele realmente sabia, como sempre soube. Nos conhecíamos há alguns anos, há uns poucos não nos encontrávamos, mas ele sempre sabia. Naquele dia eu contei à ele tudo o que se passava, chorei como pensei que faria mas fiquei feliz em não fazê-lo sozinha. À beira do lago, naquela manhã de domingo, pela primeira vez eu soube como era estar ali com alguém ao meu lado. Falei de mim, o ouvi falar sobre ele, e assim o tempo passou sereno, como há muito eu não sentia.

No mesmo dia ele se foi, mas ele há de voltar. Nossos caminhos cruzam com o de muitas pessoas vida afora e quis Deus que o meu e o dele se cruzassem, e nunca mais se separassem de todo. Haverá outros domingos, ou segundas, terças, o que for. Porque algumas pessoas sempre voltam, nos acalmam o peito e nos fazem entender que quem sabe plantar bons sentimentos sempre terá bons momentos a colher.

Então... Volta logo.

16 de fevereiro de 2010

Bom humor é fundamental

Achei esse fluxograma no Coma com os Olhos (CCO), um blog muito legal que já leio há algum tempo. Ao que parece ele conseguiu em um outro site, mas a idéia original saiu do Chongas.

Veja e aprenda:



rs.

Sobre sonhos e realidade

Há pessoas que vivem em um mundo de sonhos, onde, acreditem ou não, elas realmente são felizes. Incrédulo, certa vez um colega de trabalho, e também grande amigo, me disse que é impossível viver em sonho, mas é perfeitamente possível ser feliz com a realidade. Ele disse, eu acreditei, mas entre acreditar e praticar há uma grande diferença. Mas foi trabalhando com ele que aprendi a primeira grande equação da (minha) vida: intenção - ação = nada*.

Algumas pessoas acreditam que a vida foi criada para ser contada em uma bela história, onde o bem vence o mal, todos se salvam e os mocinhos vivem felizes para sempre. Cresceram acreditando nos sentimentos, cresceram acreditando nas pessoas e esperando, sim, o melhor delas. Eu sou uma delas, e eu sei, não estou sozinha nessa. Há por ai, perdidos neste mundo, pessoas que sentem como eu, que se expõem como eu, que gritam ao mundo o que arde no peito, que acreditam que todos podem mudar, melhorar, evoluir, que acreditam na verdade da vida, que não tem medo do mundo. Há por ai estes imperfeitos, que acreditam no romance, que não vivem em função do amor, mas que nunca desistirão dele.

Mas é preciso acordar do sonho, só que acredito ser possível unir a minha essência à realidade. Não precisamos deixar de ser o que somos para vivermos o mundo real. É possível ser metódico, teórico, racional, sem deixar de sonhar com algo melhor, de suspirar vez ou outra por uma vontade. Não se pode viver só de sonhos, pensando em como poderia ser ou em como gostaria que fosse, é preciso colocar as forças em batalhas que realmente podem ser vencidas, sem ilusões.

Talvez a equação seja melhor assim: (sonho + intenção) - ação = nada. Mais complexa, é verdade, mas bem mais fiel no resultado.

Texto estranho, né? Achei também... É que eu sou meio sem lógica, eu sei. Enfim, devaneios de uma madrugada...



* Quem se interessa por gestão de pessoas, e por lidar com pessoas de um modo geral, isto pode ser aprendido em O Monge e o Executivo, e muito mais pode ser lido lá.

15 de fevereiro de 2010

Do que se lê no carnaval

“Aqueles três meses passados com Alaïs depois de fugir dos inquisidores em Toulouse haviam sido simplesmente a época mais feliz de sua vida. Alaïs não quis ficar mais tempo, ele não conseguiu convencê-la a mudar de idéia, nem sequer a lhe dizer porque precisava ir embora. Mas ela dissera – e Guilhem acreditara nela – que um dia, quando o horror houvesse terminado, eles ficariam juntos outra vez.

- Mon còr – sussurrou ele, quase em soluço.

Aquela promessa e a lembrança de seus dias juntos eram o que o havia sustentado durante aqueles anos longos e vazios. Como uma luz na escuridão.”

Eu gosto de ler coisas "docinhas". Que posso fazer?!

14 de fevereiro de 2010

Começando a me construir...

Há exatos dez anos minha vida começava a se definir. Por volta das nove horas da manhã, com o sol brilhando forte, eu desci daquele carro e deixei as duas pessoas que mais amo nessa vida lá dentro, a minha espera. Antes de caminhar lembro que olhei mais uma vez para minha mãe e disse “Eu acho que não consegui...”, e ela, segura do que sempre me dizia, não hesitou “Conseguiu sim, agora vá e me diz como é ver seu nome lá”. Vi lágrimas ameaçarem em seus olhos, até então eu só tinha visto minha mãe chorar duas vezes. Me virei e caminhei rapidamente, aqueles poucos metros pareciam quilômetros, e meu coração se apertava a cada passo dado por mim. Eu não conseguia pensar em nada, só em chegar rápido naquele lugar.

Lá estava eu, finalmente frente aquele mural, e ao contrário do que eu havia pensado, poucas pessoas também estavam lá. Algumas tristes, outras felizes, que gritavam aos quatro cantos aquelas palavras que apertavam em minha garganta e queriam tanto sair. Por um segundo hesitei, senti medo, mas ai me lembrei da pessoa mais corajosa que já conheci, e que estava lá fora, me esperando, segura de que eu lhe daria uma boa notícia. Me aproximei, procurei pela lista do curso de medicina veterinária, era a última, no canto esquerdo, bem embaixo. E não foi difícil me encontrar, e entre aqueles que se tornariam uma parte da minha vida, vi meu nome em sétimo lugar.

Comecei a chorar ali mesmo, num misto de felicidade e desabafo. Eu havia conseguido, eu havia vencido meu primeiro grande desafio, em uma universidade federal, logo na minha primeira batalha. Aos meus 16 anos, pela primeira vez na vida, enxerguei-me de fato. O que eu seria? O que aconteceria? A partir daquele momento eu tinha ao menos uma hipótese. Eu seria uma médica veterinária.

Enxuguei as lágrimas, ou pelo menos tentei. Corri ao encontro de minha mãe e minha irmã, que já estavam de fora do carro tamanha a ansiedade. Me vendo chorar minha irmã não aguentou, e emotiva como sempre foi, veio ao meu encontro e chorou junto comigo. Sem saberem ao certo o que dizer, minha mãe me olhou nos olhos, e foi ai que sorri. “Eu sabia! Eu disse pra você, eu disse!”, e junto com minha irmã, me abraçou. Choramos as três ali, abraçadas, juntas como tantas vezes estivemos e como tantas vezes ainda estaríamos a partir dali. Minha força, meu esteio, eu tinha ao meu lado quem eu tanto queria naquele que era, até então, o momento mais importante da minha vida.

Naquele instante todas as minhas mágoas desapareceram, minhas dúvidas se foram com a alegria que vi estampada no rosto da minha mãe. Ela, que foi guerreira, que criou sozinha três filhos trabalhando dia e noite como professora e costureira, via, um a um, alçar vôos como ela tanto sonhara. Não sei o que me deixou mais feliz, se foi passar no vestibular ou se foi ver a felicidade da minha mãe.

Dez anos se passaram, muita coisa aconteceu, muita coisa mudou. Mas se algo continua igual, ou talvez ainda maior, é o amor que sinto por essas duas. Minha irmã é como uma segunda mãe, e minha mãe é o meu maior orgulho, é exatamente o que eu quero ser “quando crescer”. É por vocês que eu não desisto, é por vocês, é pelo meu pai que está comigo agora, é pela família linda com a qual fui abençoada.

Este amor não acabará nunca. Disto, essa médica veterinária aqui, tem a mais absoluta certeza...

Só um bom dia... [2]

Porque eu acredito que quando a alma finalmente vencer a guerra, o corpo terá todas as respostas que o impedem de viver.



Bom domingo, meus amigos!

13 de fevereiro de 2010

Da série: como saber se você o(a) ama - Nº 5

Papo com meu sobrinho de 8 anos:

“Tia, estou apaixonado.”

“Mesmo? Mas espera... como você sabe que está apaixonado?”

“É que ela é tão linda... E eu tenho vontade de dar todas as minhas pelúcias de presente pra ela.”

Ownn...

E para vocês entenderem, ele coleciona bichinhos de pelúcia, e ficam todos arrumadinhos sobre a cômoda, e ele não deixa ninguém, NINGUÉM, mexer.

Achei tão lindinho...

12 de fevereiro de 2010

A espera da tempestade

Pressinto o mal tempo chegando, exatamente como o pescador ao avaliar o mar. Ele olha a direção do vento, sente sua força, avalia o quão frio ele toca sua face, ele vê o vai e vem das ondas, o vibrar da maré, o pescador aprendeu, com o passar dos anos, a ler as entrelinhas do mar. Assim como ele aprendi a leitura, e com ela consigo prever o tempo que virá. O pescador prevê as tempestades que impedirão seu trabalho, e eu, prevejo as tempestades que atormentarão a minha vida.

Se ganhei algo nestes últimos anos foi experiência, aprendi a ler atos, a ler as entrelinhas por entre as frases, a sentir a intensidade com elas vão e vem e se apresentam, aprendi a perceber o aviso sutil das coincidências. A vida me foi escola e hoje, olhando para trás, percebo a quantidade de ensinamentos que absorvi. E é assim que estou a prever o mal tempo que anuncia a pior das tempestades, se é que isso ainda é possível para mim.

A diferença é que, desta vez, eu já estarei pronta, já sinto como virá e a força que terá, e diante disso, me preparo como convém. Já enfrentei tantas tempestades, visíveis e invisíveis, já cai e me levantei tantas vezes, erroneamente enfrentei tudo sozinha. Desta, vez, se for preciso partirei em busca de quem me ajude, como ameacei fazer em outra ocasião, mas, por medo, não fiz.

Venha como achar que deve, venha como achar que eu mereço, mas venha na certeza de que já estou a sua espera, e como o pescador que supera a ira do mar eu assim farei, e por mais que você tente, não vai conseguir me derrubar novamente.

Como nasce um homem romântico



rs

11 de fevereiro de 2010

Para o bem ou para o mal, há coisas que a gente não esquece

Estávamos frente a frente, falávamos sobre coisas sérias e também sobre amenidades. Não me lembro o rumo que a conversa tomou, só me lembro de que, pela primeira vez, você pareceu relaxar. Eu disse algo, você riu. Um riso solto, sincero, entregue.

Ahh... Aquela risada... Eu jamais vou me esquecer daquela risada...

Da necessidade de esquecer

Acordei com o clarear tímido do dia. Está frio lá fora, não tão frio como em nosso quarto, mas está. Me virei temendo a mesma visão que tive ao adormecer, aquela ausênsia triste, que se confirmou e sombria ameaçou meus olhos cansados. Ninguém ocupa mais aquele lado da cama, ele está exatamente como você o deixou meses atrás quando resolveu partir.

Em pensamento vi teu corpo ali, braços descobertos, peito a mostra, a me olhar como quem decora um importante texto. Seus olhos, por fim, encontravam os meus e um sorriso simples iluminava sua face. Como era bom te ver sorrindo, amor, era a minha promessa de um novo dia, difícil talvez, longo, quem sabe, mas ao seu lado, com certeza.

Ficávamos alguns segundos sem nada dizer, apenas nos olhando nos olhos na tentativa de que estes mostrassem todo o carinho que sentíamos. Sempre era você a romper o silêncio, com a voz ainda rouca, a dizer-me baixinho “Bom dia, meu amor”. Minha resposta vinha acompanhada de um beijo, e do aproximar dos nossos corpos até então separados. Era ali o meu refúgio, quando seus braços enlaçavam meu corpo e suas pernas pesavam sobre as minhas, era ali que eu me sentia segura, livre de qualquer sofrimento. O dia? As pessoas? O mundo lá fora sequer existia, éramos nós dois, somente, e o amor que nos unia.

Lembro do seu cheiro, do perfume em sua pele, lembro-me dos teus traços claros e imponentes, dos cabelos escuros e dos meus dedos passeando por eles. Me lembro de tudo como se fosse hoje. E sinto falta de quando éramos um do outro. Sinto falta de quando fazíamos o amor se tornar palavras e gestos, de um jeito tão perfeito que ninguém mais saberia fazer. Éramos isso, juntos éramos perfeitos, como eu não sei mais se um dia voltaremos a ser.

É o começo de mais um dia. Você se foi, a escolha foi sua e não posso mudar isso. Me levanto da cama, tomo meu banho e cubro o meu corpo, que na ausência de teus braços, usa das vestes para se aquecer. Sigo o dia deixando o tempo passar, rezando para que passe rápido o suficiente para me fazer logo te esquecer, para que a minha vida volte a ser só minha e para que as lembranças não mais me machuquem o peito a cada novo amanhecer.

10 de fevereiro de 2010

Amigo é amigo!

Lembram do meu amigo deste post aqui?

Então, me disse hoje que em alguns dias estará na minha cidade, a trabalho. E lógico que virá me ver e me dar um super-mega abraço apertado! Amigas, além de fofo e inteligente, ele é divertidíssimo, lindo e... solteiro. Então, interessadas entrar em contato comigo via e-mail celestial.

(rsrs... Se ele ler isso, vai me matar... Mas, Re, é só para você saber que te adoro, viu?!)

Carinho



É muito bom ser lembrada! Valeu, Kárita!

Pois bem, devo dizer 7 coisas interessantes sobre mim:

1 – Sou geniosa que doi... Mas tenho um coração de manteiga

2 – Sou meio “psico” com limpeza e organização. Tem que estar tudo arrumadinho, limpinho, em ordem alfabética, das cores mais claras para as mais escuras...

3 - Tenho mania de estalar os dedos e... os punhos.

4 – Amo os animais, mais até que as pessoas (não sei o quão certo isso é) porque contra eles tudo pode ser feito sem que eles consigam se defender. Não aceito crueldade.

5 - Sou viciada em iogurte. Todos eles, de todos os tipos e sabores.

6 – Entrei na universidade aos 16 anos. Sempre fui a mais nova em todos os cursos, na rodinha de amigos, nos cargos que ocupei...

7 – Lido bem com as pessoas, consigo fazer com que meu grupo trabalhe por mim não por imposição, mas por vontade de fazê-lo.

Poxa, só 7 coisas? Eu estava gostando desse negócio... Mas, enfim, agora preciso indicar 7 blogueiros para este selinho. Gente, eu não disse porque dai seriam 8 coisas sobre mim, mas, sou tão indecisa... E, preciso dar este pra 7 Beautiful Bloggers, e são tantos lindos... E se eu for pensar nos donos dos blogs que gosto muito... Gosto de tantos! É que vocês são todos tão especiais, que fica difícil.

Bem... como críterio darei aos que mais me visitam e deixam comentários, até porque, são os que acabo conhecendo um pouco mais. À vocês:

1 - Carol Addams: Mente Vazia, Oficina do Diabo!

2 - Jacque: Poética

3 - Juliana: Sentimentalidades

4 - Leonel: Passando a limpo o passado...

5 - Luís Gonçalves Ferreira : Suor de um rosto

6 - Mariana Andrade: Ma Petite Cachette

7 - Sandra Ribeiro: No silêncio profundo da vida


Em ordem alfabética, tá? Um abraço super carinhoso à todos!

UPDATE: Façam o mesmo, ok? Digam 7 coisas interessantes sobre vocês, e indiquem 7 blogs legais para ganhar o selo.

:)

9 de fevereiro de 2010

Doe-se

A cada três meses, religiosamente, vou ao mesmo posto de coleta para doar sangue. Tornou-se um hábito que faço questão de manter. É simples, é rápido, não faz mal nenhum a minha saúde e não me atrapalha em absolutamente nada, pelo contrário, me deixa feliz por saber que uma parte de mim vai ajudar uma outra pessoa. Quem puder, faça, vela muito a pena! Homens podem doar sangue a cada dois meses, e mulheres a cada três.

Ah... E faça seu registro como doador de medula óssea, só precisam de um pouquinho de sangue e algumas informações suas para te cadastrar. Se informe sobre onde fazê-lo na sua cidade. Quando alguém precisar, onde quer que for, você será avisado, não terá despesa alguma e vai salvar uma vida!

E então, vamos todos?!

Um pedido, totalmente direcionado...

Parem de falar de mim. Parem de me expor. Parem de discutir, de julgar, de apontar, entre si, a MIM e a MINHA vida. Resolvam, cada um, os SEUS problemas. Enquanto isso, cuidem do que é de vocês, ou será que suas vidas são assim, tão desinteressantes?

Não farei parte disso tudo, mas paciência tem limites. E essas palavras farão sentido a quem elas são de direito.

Obrigada.

Porque como cantaram os Titãs, é preciso saber viver...

Diga aos seus pais que você os ama enquanto ainda pode fazê-lo.

Aproveite sua família ao máximo que puder, seja ela como for, afinal, eles são uma parte de você e talvez te ajudem a se entender melhor.

More sozinho, viaje sozinho, seja feliz sozinho, aproveite sua companhia, se você não gosta dela como os outros haverão de gostar?

Aprenda que você se basta, mas que não é errado querer alguém do lado.

Não faça promessas que não poderá cumprir.

Cuide do seu amor como quem cuida da mais delicada rosa, porque um verdadeiro amor é para poucos, e ser realmente amado é um privilégio.

Namore muito, dê um trilhão de beijos e de abraços, faça amor, ou simplesmente se dê prazer, isso não é errado.

Não diga que ama a menos que ame de verdade, e você saberá quando for amor, acredite.

Não cultive o sentimento alheio por comodidade, você não tem esse direito.

Não abra mão de um amigo, lute contra a distância, contra a falta de tempo, mas não o perca.

Leia bons livros, assista bons filmes, aproveite as conversas, fale de amenidades, dê risada de coisas bobas... algo que faça seu coração sorrir nunca será algo ruim.

Não se preocupe tanto com a opinião dos outros, geralmente os que te julgam não estão satisfeitos com eles mesmos, então, acha mesmo que ficarão satisfeitos com você?

Cuidado com os conselhos que te dão, alguns podem mascarar a vontade de te prejudicar. Na real? “De boas intenções o inferno está cheio”.

Confie desconfiando, sempre, isso vai te ajudar a não se enganar tanto.

Aprenda a dizer “não” sempre que você não concordar com algo, aposto com você que ninguém vai morrer por isso.

Corra atrás de seus sonhos, mas só enquanto eles valerem a pena, não é errado desistir no meio do caminho se a vontade passou, o que não vale a pena é depositar suas forças em algo que perdeu a graça, já era, entende?

Cuide do seu corpo como você achar que deve, desde que você não abra mão de estar realmente feliz com ele.

Perdoe e peça perdão sempre que entender que deve, e se não for perdoado, siga em frente, aprenda com o erro e caminhe tranquilo porque sua parte você terá feito.

Tenha fé em algo maior, acreditar que há alguém por você te fará bem, porque há, saiba disso.

E no mais, felicidade são momentos... E ainda bem, não? Você não saberia o que é estar feliz se não tivesse estado triste ao menos uma vez.

8 de fevereiro de 2010

Modernidades...

É possível saber quando alguém te bloqueia no msn (nem precisa excluir, só bloquear mesmo), e isso nem sempre é uma boa...

Mas, enfim. Virtualmente é isso, você coloca ou tira uma pessoa da sua vida em um único clique.

UPDATE (09:24 - 09/02/10):
Vejam que privilégio é o desbloqueio! O que sentir? Sentir-se honrada, é isso?

E eu protegerei teu mundo por amor... *

Venha cá, chegue mais perto. Mais, um pouco mais, quero te dar um abraço. Posso? E essas lágrimas? Elas não combinam com este rosto lindo. Gosto mais dos teus olhos solteiros, sem as lágrimas namorando sua face. Deixe, eu as seco. Minhas mãos, que sempre foram o seu acalento, mais uma vez se encarregarão do seu rosto. Sem lágrimas, um afago, dá-me um sorriso? Estes lindos lábios foram feitos para sorrir, e para contar ao mundo sobre a alma boa que mora neste corpo. Isso... Bem melhor assim.

Sei que não posso impedir que você sofra. Deus te deu asas e eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, você iria voar. Você enfrentará decepções, sentirá raiva e as mais variadas dores físicas e emocionais. Se eu pudesse, sofreria cada uma delas por você, e depois te contaria em versos para que aprendesse sem precisar senti-las. Mas eu não posso, sei disso e você também sabe. Então, o mundo é seu, e tudo o que há de bom e de ruim que existe nele, também. Se não posso te cuidar como quero, se não posso esconder suas asas e te impedir de voar, quero que saiba que estarei eternamente a sua espera, neste lugar aqui, onde você irá me deixar. Quando o mundo te machucar corra até mim, secarei, quantas vezes for preciso, essas lágrimas teimosas, te abraçarei apertado e te darei meu peito onde você poderá repousar. E se nas alegrias você também quiser a minha presença, saiba que nada me fará mais feliz que, ao seu lado, celebrar.

Te dou meu coração, tesouro mais precioso não há.


Dedico este a minha mãe, a pessoa mais incrível que já conheci. Obrigada por tudo, e principalmente, por ser meu porto seguro, minha morada certa quando a vida teima em me desalojar...

*o título veio de uma música que gosto muito, chama-se Codinome Beija-flor, na voz de Cazuza. Quem não conhece e quiser conhece, quem conhece e quiser ouvir, está ai do lado.

Feche os olhos...

Consegue ouvir?



É o som do silêncio.

E o silêncio nem sempre é ruim.

7 de fevereiro de 2010

Como lidar com uma mulher

Você que acha as mulheres confusas. Você que nunca sabe o que fazer, como se aproximar ou como agir a primeira vez que a vê ou quando decide que quer mais que meras conversas. Eis aqui a minha ajuda, coisa rápida, umas dicas:

Se já estão conversando, seja discreto, não fale alto, não gesticule tanto, não olhe as outras mulheres, enfim... mas, veja bem, não seja muito discreto, senão ficará apagado. Fale olhando nos olhos, diretamente, sempre, se olhar a boca dará a entender que quer beijá-la, e você quer? Sim, você quer. Mas, não mostre isso de cara. Ou mostre, quem sabe ela vai gostar, mas saiba que pode ser que ela não goste.

Se ainda não houve aproximação, aproxime-se... ou não. Elas gostam dos tímidos, os reservados, aqueles bem discretos, sabe? Ah, não... muito discreto não, eu já disse. Melhor ser extrovertido e tomar a iniciativa, mas, com classe, com cuidado, afinal, tanta iniciativa pode soar meio desinteressante, você não quer que ela pense que você faz isso 10 vezes ao dia.

Mostre certa dificuldade, uma leve insegurança. Se bem que, mulheres detestam homens inseguros, se sentem desprotegidas, além do quê, homens inseguros permitem que as mulheres os maltratem. Você quer ser maltratado? Não, você não quer. A menos que goste de uma certa submissão, de receber ordens, sabe como é. Isso é bom, acredite, facilita a vida para elas. É só pedir, e pronto, está feito. Mas, se eu fosse você não faria, mulher não gosta de homem bonzinho, quer dizer, não aquele bonzinho exagerado, é preciso dosar isso, seja duro de vez em quando, afinal, você é quem manda. Não é? Não, não é. E que bom que você sabe disso. Elas mandam, você obedece, mas, eu já disse, desobedeça de vez em quando.

Entendeu? Então pronto, agora você já sabe exatamente como deve agir. Mais simples que isso, meu amigo, só desenhando.


E ainda dizem que as mulheres são confusas... Nunca!

6 de fevereiro de 2010

O mundo vai acabar...

... e ela só quer dançar, dançar, dançar!

Minha busca

Te procurei em sonho por noites inteiras. No passar dos dias percorri longos caminhos, alcei grandes voos, não houve distância capaz de me fazer desistir de você. Havia vales, densas florestas, criaturas ferozes a minha espreita, ventos fortes, rajadas geladas a me cortar a face, querendo me ensurdecer. Muitas vezes foi preciso me apoiar nos galhos buscando a força para o sustento do corpo, que cansado mostrava as feridas abertas ainda a sangrar. Mas desistir eu não poderia, ninguém neste mundo era mais importante que você. Se alguém me conhecia, se alguém me era força, me era entendimento, respeito, carinho, esse alguém era você. E agora, te vendo perdido neste mundo insano, restava a mim a incumbência de te resgatar. Foi difícil, foi doloroso, mas eu consegui, e agora prometo te cuidar como você merece, para que nunca mais queira me abandonar.

Ainda bem que eu te encontrei, alma minha. Ainda bem, que eu, me encontrei.

5 de fevereiro de 2010

Do que aprendemos, e nos tornamos, com o tempo

Não há maldade vivendo em meu peito. Não há inveja desfigurando meus olhos, nem palavras atravessadas ganhando vida por entre meus lábios. Meu coração está tranquilo, está em paz. Já não tenho mais medo, de nada. Já não temo pelo futuro que eu, insistente, queria definido. Não está, nunca esteve. Já o passado foi colocado em uma caixa grande e bonita, que ostenta a sua imensa importância em minha vida, e enfim, será guardado. Não muito longe, onde eu não possa tocar, perto o bastante para que eu possa querer, em algum momento, recordar, reconhecer, reaprender com ele, e sim, eu tenho esse direito.

Começo a descobrir quem realmente sou, mas infelizmente, ainda não me sei de todo. Hoje me sinto feliz ao perceber que tenho valores e que eles não se perderam com o tempo. Culpa sua, mãe, culpa sua... Sou incapaz de machucar quem quer que seja, sou incapaz de fazer o mal por mais que o mereçam, e esta, é minha maior virtude. Já fui tachada como fraca aos olhos dos outros, inerte diante das durezas da vida, e confesso, eu não sabia direito como me defender, mas hoje sei fazê-lo sem que precise cravar estacas no coração de quem quer que seja.

Tenho tanto a aprender, tanto... Quero melhorar, quero ser tudo aquilo que posso ser. O segredo está a alguns passos, só me falta caminhar. E pelo meu caminho continuarei a semear flores, as mais bonitas, a serem colhidas por quem desejar. Da beleza das flores todos terão o direito, mas aqueles que as quiserem destruir, façam, mas o farão sabendo, e na certeza de que todos sabem, de que aquelas belas flores, fui eu a plantar.

4 de fevereiro de 2010

Pensando...

Pior que ser cego, é ver apenas aquilo que se quer...

Cotidiano

À tarde de primavera anunciava o findar de mais um dia. O céu, em diferentes tons de laranja e roxo, era o presente que os últimos raios de sol nos dava. Eu voltava para casa pelo caminho de sempre, cruzando as avenidas mais movimentadas, mas também as mais bonitas, daquela cidade que, enfim, eu podia chamar de minha. Os flamboyants cobriam as ruas com suas flores alaranjadas, duas árvores, cada uma de um lado da pista, se uniam como quem dá a avenida um teto. Os ipês amarelo, branco e rosa, apesar de em menor número, se destacavam por entre as árvores meramente verdes e robustas dali. Eu cruzava vários sinais, luzes sempre vermelhas, mas eu não me importava, não naquele lugar. Era belo, era tranquilo, e aqueles breves minutos me permitiam sentir a brisa leve que me refrescava o rosto e ainda trazia o cheiro das flores.

O dia, por mais difícil que tivera sido, era completamente esquecido no momento em que eu passava por ali. Os problemas, o tempo que insistia em me trair, o barulho, as pessoas, nada mais era importante. Era a natureza me dizendo que acabou e que agora tudo ficaria bem. Eu não podia reclamar de nada, tinha um trabalho atribulado, mas, quem não tem? Era feliz com aquilo que fazia, e o cansaço era mais uma recompensa que um fardo. Minha família estava dispersa por outras cidades, distante dos meus olhos, é verdade, mas não saia de dentro de mim um só instante. Era o meu bem mais precioso, o carinho certo quando a solidão física me apertava. Fiz poucos amigos por aqui, mas é o meu jeito, sou mais reservada, mas os poucos que fiz me eram fiéis, no rir ou no chorar. Faltava-me, claro, um amor. A cidade não me fora generosa neste sentido, por aqui não encontrei quem me completasse em um relacionamento, mas, tudo bem, hoje sei que tudo acontece quando tem que acontecer, tudo acontece à seu tempo.

Fecho os olhos e agradeço por mais um dia. Pela saúde que tenho, por não faltar comida em minha mesa e pela cama quentinha que me espera todas as noites. Pela família maravilhosa que me deu caráter e me ensinou o que realmente importa nesta vida. Pelos amigos que estão ao alcance de um abraço. E pelo amor que há de vir, e como a primavera estampada nas ruas, irá florir este meu coração.

3 de fevereiro de 2010

E como cantou Zeca Baleiro...

Carregue suas cruzes, e com elas, suas crises.

Quando fui ao seu encontro - Final

Abriu a mensagem e viu que poucas palavras formavam uma única frase “Desculpe, amor, não posso mais...”. E nada mais foi dito.

Sentiu o chão se abrir naquele mesmo instante. Era como se nada nem ninguém existisse, pessoas, a presença de tantas delas, passou a ser completamente indiferente. O barulho, as conversas, tudo foi transformado em um grande silêncio a ecoar no vazio que o mundo se tornara. Aquilo não parecia real, a possibilidade de que ele não viesse sequer passara por sua cabeça, que não viesse e ainda a abandonasse, era algo impossível. Uma mensagem? Simples assim? Meia dúzia de palavras secas, frias, era isso que ela merecia? Oscilava entre a tristeza e a raiva e não conseguia firmar um pensamento sequer.

Aos poucos foi trazida a realidade, a porta da sala restrita mantinha-se fechada, sinalizando que nenhum outro passageiro sairia. Não era um sonho, era real, ele não a queria mais. Sentiu uma mão pesar sobre o seu ombro, e uma voz feminina, doce, falar com ela “Está tudo bem com você?”, foi quando percebeu que estava praticamente sozinha ali, e que estava chorando. Respondeu que sim com um gesto, pediu licença e se virou para ir embora. Nada mais poderia ser feito.

Atravessou a sala de espera e o acesso ao estacionamento, onde agora uns poucos taxistas esperavam aqueles que ficaram para trás. Quando buscou as chaves para abrir o carro as deixou cair, suas mãos tremiam. Aquele lugar a machucava de tal forma que tudo o que mais queria era ir embora. Abriu a porta e quando estava prestes a entrar, sentiu novamente alguém tocar seu ombro. Imaginou que fosse aquela mesma senhora, preocupada com ela dirigindo naquela situação. Não teve tempo de se virar, quando ouviu “Ei...”. Imediatamente o coração pulou em seu peito e por alguns segundos ficou sem respirar. Era a voz dele, a mesma voz grave e serena que a acompanhava mesmo quando estavam separados. Ela se virou e dele partiu “Não vai me levar contigo?”, esboçando um sorriso.

Ele vestia um terno preto, com riscos, camisa branca e já sem a gravata que certamente o acompanhara o dia todo. “Não acredito que você fez isso comigo...”, disse enquanto o abraçava. Ele sorria, e afagava seus cabelos enquanto a apertava em seus braços. “O que foi aquela mensagem?”, perguntou ela. Ele a soltou, secou suas lágrimas com uma das mãos e disse olhando em seus olhos “Eu quis dizer que não posso mais ficar sem você, e que vim para nunca mais partir, meu amor”. E pela primeira vez em semanas, eles se beijaram, um beijo demorado, carinhoso, dado apenas por aqueles que se amam.

Quando ele se afastou ela franziu o rosto e disse, com um tom de raiva “Detesto quando você faz isso... Detesto quando começa a frase, pára, me deixa pensando besteiras e só depois a completa”. Ele riu, e concordou “Prometo que não faço mais”.

Ele guardou suas coisas no banco de trás do carro, ela entregou à ele as chaves e juntos entraram para, finalmente, irem para casa. Pela primeira vez faziam aquele trajeto, e também pela última vez, ele seria feito.

2 de fevereiro de 2010

Da série: como saber se você o(a) ama - Nº 4

Tenho um amigo divertidíssimo, mas meio pé de pano* também. Estava doida para encontrá-lo e fazer à ele está minha pergunta. Segue:

“Angel, nunca amei ninguém, nem quero amar”.

Diante de tamanho ceticismo e desdenho ao amor, tive que perguntar.

“Nossa, mas... Por que, pé de pano?!”.

Ele me explica.

“Angel, o amor foi criado para fazer sofrer, é um sentimento que chega sem sabermos de onde veio nem porque veio, mas o resultado é um estrago enorme. Querer ser feliz no amor é como querer colocar uma vaca no topo de uma árvore. É difícil demais, ninguém sabe ao certo como colocá-la lá, mas o fato é que, mais cedo ou mais tarde, ela vai cair e acabar com tudo que estiver embaixo.”

Hã?

*pé de pano - segundo o dicionário Angel's Aureliuns, trata-se de uma pessoa um tanto devagar, confusa, que diz coisas sem sentido por total lerdeza do ser.

1 de fevereiro de 2010

Direitos e deveres de um amigo

Há algo na amizade que deve ser respeitado, e se chama individualidade.

Sei o quanto é difícil ver um amigo sofrendo, e quanta raiva a gente sente quando o vê trilhando caminhos que darão em nada. Mas ser amigo é dar o conselho, é puxar a orelha, é dizer “ei, você não deveria fazer isso”, “ei, não está certo, você vai se machucar”, e também aceitar que o conselho pode ser aceito ou não, que os olhos serão abertos ou não, e que isso já não é com você. Amizade para mim é isso, é alertar, mas também é dizer “olha, aconteça o que acontecer, eu estarei aqui com você”.

Vejo pessoas ficarem chateadas quando, mesmo diante de tantas evidências, o outro insiste em “dar a cara pra bater”. Muitas vezes essa irritação faz, até, com que se afastem, não querendo ver aquilo que avisaram que aconteceria. Brigam com seus amigos, e no fim, disparam um “eu avisei, mas você não quis me ouvir...”. Tudo bem, até concordo com o “eu avisei”, mas se irritar, ser rude, se afastar? Desculpe, mas não concordo. Ser amigo não é sinônimo de passar a mão na cabeça, mas sim, aceitar que cada um é cada um, uma história, uma personalidade e uma forma de encarar a vida, é entender que as diferenças existem, e devem ser respeitadas. Quer sofrer? Deixa sofrer. Mas eu acho que a gente só se afasta de quem não quer mais por perto, mas nunca de quem a gente não quer ver padecer.

O que é preciso

É preciso estudar, trabalhar, é preciso se dedicar ao máximo, crescer, evoluir, surpreender e ser a referência profissional que sempre esperaram de você. Mas é preciso ser dona de casa também, ir ao supermercado, pagar as contas, ter tempo para se organizar. É preciso ser filha, irmã, namorada, amiga, colega, é preciso ser humana, estar sempre a disposição quando é requisitada, é preciso cuidar de quem precisa de você. Mas também é preciso dar atenção a si mesma, não esquecer do corpo e da alma, comer bem, se exercitar, estar bem vestida, bem disposta, feliz.

É preciso ser perfeita. Mas é preciso que todos saibam que você não é de ferro. Que você tem sentimentos, limitações, que se cansa, que sente necessidade de ser cuidada, também.

É preciso se desligar do mundo quando o mundo começa a precisar demais de você...