25 de setembro de 2012

De você, pai...

E se você tivesse feito o seu papel? Se aparecesse nos aniversários, me buscasse na escola, se me olhasse a noite para saber se eu estava com febre, se tivesse me ensinado a gostar de futebol e me falado sobre como meninos são... meninos. E se você tivesse sido carinhoso, se naquele dia em que nos conhecemos tivesse ao menos me olhado com doçura, se tivesse atendido minhas ligações, se tivesse sido ao menos educado... Será que eu seria a mesma pessoa? Porque eu já não sei se o que sou é a verdade ou o resultado do que você criou. E hoje, anos depois da sua suposta redenção, eu ainda choro o mesmo choro de quando eu tinha apenas 5 anos de idade e vi você atravessando a rua ao me ver. Te perdoei, pai... Mas agora eu sei que foi da boca pra fora. E nem é por mal ou qualquer outra coisa, é simplesmente porque aqui dentro, na ausência de sentimentos, o perdão sequer existe.

0 comentários:

Postar um comentário