Escrevo esta carta para te contar sobre os meus últimos dias. Você disse, pouco antes de me dar as costas e nunca mais voltar, que seríamos eternamente amigos e que seus ouvidos e olhos estariam a minha disposição quando eu precisasse. Pois bem, meu amigo, deixe-me começar:
Assim que você se foi eu fiquei de cama, adoeci, quase morri de amor. Quase. Porque amor não mata, você sabe bem. Chorei por dias até minhas lágrimas secarem, até meus olhos arderem e eu mal conseguir respirar. Consegue entender minha tristeza, meu amigo? Será que você já passou por isso alguma vez? Mas, então a tristeza passou e quando pensei estar curada... eu te odiei. E odiei tanto que senti vontade de te matar (eu disse que amor não mata? Pois bem, me enganei). Mas além de depressiva e exaltada, fui covarde demais para te dar o que você merece.
Mas, meu amigo, preciso contar o que aconteceu depois.
Certo dia, nem sei direito porque, levantei da cama e tomei um banho bem demorado, coloquei um vestido curto, pintei o meu rosto e soltei meus cabelos. Dirigi por alguns minutos até chegar a um bar qualquer, um lugar onde eu não conhecesse ninguém e não soubessem o que me levou até ali. Pedi uma vodka, e outra, e outra... e sorri para o barman quando ele piscou para mim. Aceitei um cigarro de um desconhecido e, pela primeira vez na minha vida, traguei. Deixei me tocarem quando quiseram e, por fim, sai dali com um homem cujo nome eu nem perguntei. Meu amigo, dormi com ele, e só me lembro do que ele disse quando me fez sentir o quanto a parede era fria e ele era forte, nenhuma palavra mais.
Então, meu amigo, me ajuda a entender? Há alguns dias eu te amava tanto, e por você eu quase me matei, e hoje sequer me lembro de que cor são os seus olhos ou se as nossas noites eram assim, tão divertidas.
Não faz sentido. Mas, meu querido amigo, acho mesmo que devo te agradecer, afinal, depois de tudo isso, preciso dizer que eu gostei. Sim, e não me julgue, mas, eu gostei de te perder.
Sorry - Madonna
P.S.: Este texto é ficção, uma brincadeira... Ou não.
8 de setembro de 2010
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14 comentários:
Realmente, amor não mata, mas, faz um estrago danado!
Adorei o texto, mesmo sendo tão doído e martirizado. Esse é o poder da ficção.
Beijos, Anjo!
ahhh.. nem vem com conversinha, esse texto não deve ser brincadeira coisissima nenhuma!!! rs :)
Eu continuo achando que amor não mata, o que mata é não poder vivê-lo com toda intensidade que queremos, no INTEIRO....esse amor desmedido... por que a medida do amor , não é amar de mais ou amar de menos mas amar no limite da reciprocidade.
Mas que pareceu verdade, ahhhhhh isso pareceu...hehehe
Bjos amora...
te gosto muito.
Erikah
Licença poética ou não é uma bela carta... Perder também ajuda e muito, mesmo q seja pra aprender a superar dores...bj!
De muita sabedoria tua abordagem, parabéns, amiga poeta ! Beijo carinhoso.
Obrigada, Jacque!
Abraço.
Hahahah... Depois te conto, Gerente!
Abraço, lindo!! Adoro.
ErikaH, gostei da sua definição, flor... Aliás, é sempre incrível falar com você! Aparece mais no msn? rs.
Adoro tanto!!
Abraço, minha amiga.
P.S.: Você já sabe se foi ou não ficção... rs.
Fabrízia, depois que passa o furacão a gente sempre vê que deixou algo de positivo, né mesmo?
Abraço, flor! Muito bom ter você sempre aqui.
Obrigada, amiga Cria!
Abraço.
Olá Moça!
O amor e seus contrastes, ele pode te matar ou te dá força para uma aventura. Vai entender o amor!
Abraços
Adorei este texto, perfeito. Realmente é assim: queremos morrer de amor ou de raiva, mas depois sempre aparecemos em uma pista de dança...
... porque a vida continua!
Beijos
Uelton, pode deixar algo bom quando termina, não é mesmo? Nem que seja uma noite de diversão limitada.
Abraço!
Disse tudo, Erica. Disse tudo!
Abraço, flor!
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