31 de agosto de 2014
Do voltar a escrever...
Já faz 1 ano e meio que não escrevo aqui... A escrita sempre foi minha válvula de escape, mas por algum motivo eu a abandonei. Talvez porque tenha sido sempre, também, a recordação de um momento doloroso da minha vida, do momento que me levou a escrever. Hoje volto, uma volta que vem sendo ensaiada há dias... No início eu não sabia bem o que dizer, parecia perdida. Nunca dominei as letras, elas é que me dominavam e eu as jogava aqui, sem saber no que ia dar.
Essa semana tive muitos momentos de silêncio, de solidão. Voltei a Porto depois de quase três semanas viajando pela Europa... Agora vivo em Portugal, ao menos por mais seis meses. Viver aqui não tem sido bom... Passei por situações de desrespeito, de preconceito... Conheci pessoas que me fizeram sentir vontade de tomar o primeiro avião de volta para o Brasil... Mas, bem, desistir não é o meu forte, não é mesmo? É por isso que ainda estou aqui.
Quanto ao que ficou no Brasil, um pensamento me assombra desde que cheguei: qual o resultado da minha ausência? Muitas vezes me entristeço ao pensar que minha ausência não é sentida. Desde que cheguei uso muito o facebook, publico fotos, momentos... Todo dia há algo meu ali. Por esta razão, todos os meus "amigos" sabem bem o que ando a fazer e, teoricamente, como estou. Talvez seja por isso que raramente alguém me chama para saber de mim... Facebook, whatsapp, e-mail, skype, line... São tantas formas de estar conectado com alguém que é praticamente impossível dizer "não fiz porque não consegui falar com você". Há muito não leio ou escuto a palavra "saudade", ou talvez um "sinto falta de você". E então, me questiono se isso se deve ao fato de que todos sabem sempre de mim pelo facebook, ou se a verdade é que não existe saudade... Essa segunda possibilidade me magoa profundamente... Eu penso que não sou a mais sociável, tenho dificuldade em me abrir, em deixar as pessoas se aproximarem e, talvez, de ser o que elas precisam/esperam de mim. Sou o resultado de uma infância problemática, de uma adolescência conturbada, de atos desesperados e amores mal resolvidos... Sou toda quebrada... Partida em tantos pedaços que as vezes sinto que jamais conseguirei me juntar.
(quase uma hora depois de escrever as frases anteriores...) Fim de texto, já não sei mais o que dizer... Por hora, acho que foi o bastante para aliviar ao menos um pouquinho do que estou sentindo hoje.
E, claro... Blog novamente desbloqueado, aberto para quem por ventura se arriscar a ler.
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