20 de abril de 2010

Da divisão de nossos bens

Quem foi que dividiu assim as nossas posses? Quem foi que disse que chegamos a um acordo? É injusto eu ficar com o sentimento enquanto você fica apenas com as lembranças. As lembranças você guarda em uma caixa qualquer, abre quando bem entender e só quando te der vontade. O sentimento sou obrigada a carregar no peito, pesando em meu coração que já não bate como deveria. Sinto dores a cada noite, mal vejo o passar dos dias. Enquanto você distribui sorrisos e diz, sereno, que foi um tempo bom. Devo acreditar em tudo isso, devo acreditar que pra você foi o que restou do que tivemos. Te ver vivendo com outra a vida que era minha, e eu sem saber ainda, se por amor ou por pena. Que seja, pra mim tanto faz. O que importa é que me abstenho da minha parte, te entrego o sentimento e se não o quiser, sinta-se à vontade para jogá-lo fora. Mas comigo, não haverá mais de ficar.

21 comentários:

Desce Mais Um! disse...

Você pode trancar em uma gaveta

ErikaH Azzevedo disse...

Se fosse tão fácil assim devolver um sentir.se livrar dele como quem diz, toma essa coisa que eu não quero mais...seria tão bom. Mas uma coisa eu te digo, amiga querida, amor não alimentado tem prazo de validade....e este é o único consolo minha flor, escuta aqui quem por isso já passou;


bjo amora

Erikah

Angel disse...

Trancar em uma gaveta... De preferência em qualquer uma que não seja aberta.

Abraços!

Angel disse...

ErikaH, minha amiga, quem dera... Outro dia deixei um comentário dizendo que o certo seria deixarmos de gostar de alguém na mesma rapidez com que gostamos... Isso sim seria justo. Mas, é como você disse, amor que não é alimentado tem prazo de validade!

Abraços, minha querida amiga!

leonel disse...

Angel,

vejo que o regime adotado por vcs, foi o da comunhão parcial de bens, mas fico cá perguntando, baseado no conceito primo deste regime, seria mesmo o sentimento fruto da união? Ou, ele seria anterior a esta? Ainda mais, seria o mesmo sentimento de igual valor para ambos? São fundamentações um tanto práticas para falar sobre algo abstrato, de fato, mas as lembranças sim estas são fruto da união. Não deveriam elas ter igual partilha, neste regime? E quanto ao regime caído em desuso, da comunhão total de bens? Não teria sido o mais apropriado para vcs? Sentimentos, lembranças, tudo na mesma proporção, compartilhados, sem discussão. Mas, o que vejo diante tuas palavras, que o regime adotado, na verdade, não é o da comunhão total de bens (o que deveria ser, eu acho), nem o da comunhão parcial de bens (como tu achas que adotaste). Na verdade, ambos inovaram, e, adotaram um regime pouco usado: o regime da Participação Final de Aquestos. E agora, tu abres mão de tua parte.

Decisão corajosa. Mas, isso não me espanta, vindo de ti.

Beijo, Angel!

Angel disse...

Leo, eu já esperava um comentário assim de você... rs. Uma vez advogado, sempre advogado! Pois bem, não sei sob qual regime a separação se deu, mas ccom certeza, não foi uma divisão igual de "bens". A justiça não sabe, nem pode agir, sob a injustiça que há quando um resolve partir enquanto o outro ainda o quer. Quem resolve ir vai em paz, levando a lembrança dos bons momentos, lembrança essa que raríssimas vezes vai buscar. Mas quem fica, obrigatoriamente, guarda por um bom tempo o sentimento que os unia. Injusto, desigual, mas, faz parte da vida.

Decisão corajosa, sem dúvida! Abandonar o passado é preciso, sob pena de não se aproveitar o presente...

Angel disse...

Alexandre, cada pessoa tem o seu "calcanhar de aquiles", tem seu ponto fraco de sentimento. Algumas pessoas sofrem por amor, outras por dinheiro, por reconhecimento, enfim, cada um tem seu pilar de prioridades e quando o sofrimento vem naquele que é o seu maior desejo, que está no mais alto pilar, é imposssível manter a paz na vida como um todo. Mas tudo é válido, em tudo se aprende, e com certeza, tudo passa.

Obrigada pelas palavras carinhosas, meu amigo!

Ótima dia pra você também.

Luma Rosa disse...

Profundo e dolorido, Angel!! Mas o modo que conseguiu expressar, foi muito bonito! :) Beijus,

Ricardo Franco disse...

Escreves bem :D

Anônimo disse...

Forte esse texto. Apenas desejo que fiques bem e que o Senhor te abençoe com sua Paz.
Bjos na alma!

Angel disse...

Obrigada, Luma! Este texto realmente está repleto de sentimentos, e me fez muito bem tê-lo escrito porque foi uma forma de desabafo.

Bom ter você por aqui, espero que volte outra vezes!

Abraços.

Angel disse...

Bullet X Riot, obrigada! Elogios são sempre bem-vindos e fico imensamente feliz!

Espero contar com você por aqui mais vezes!

Abraços.

Angel disse...

Meri, tão forte quanto os sentimentos que me moveram a escrevê-lo. Obrigada pelo carinho, minha amiga, sempre me faz muito bem!

Abraços.

leonel disse...

Abandona-o, então! Se o passado não é mais presente, não tem pq ser razão para um futuro.

Nem parece eu, dizendo essas coisas, mas, tens sempre de fazer o que for melhor pra ti, o que te fizer bem.

Angel disse...

Leo, este passado retratado no texto merece ser esquecido. Mas nem tudo o que passou estou disposta a abandonar... Entende?

E, obrigada pelo carinho.

Desabafando disse...

Nem sei o que dizer mas desejo que fique bem!

Thiago Gacciona disse...

O tempo cura tudo!!! Logo, logo você não vai mais sentir todo esse peso. E quando isso acontecer, você vai se perguntar como algo que um dia foi tão bom, hoje, simplesmente não te diz nada.
Beijos!

Angel disse...

Desabanfando, como me disse um amigo ontem, no final, beeeem no final, tudo fica bem... rs.

Abraços, flor!

Angel disse...

Sábias palavras, Thiago! E eu acredito em cada uma delas.

Abraços, e obrigada!

Juliana Matos. disse...

Angel, mais não sei se nós mulheres somos muito sentimentais, mais quando realmente há um sentimento verdadeiro é dificil esquecer não é, isso pra mim é complicado, mais dizem que o tempo é o melhor remédio!
Um beijo da Ju

Angel disse...

Ju, há homens muito emotivos por ai, mas sem dúvida, mulheres são maioria. E temos nosso próprio jeito de sentir também, você bem sabe.

E, ao tempo o que lhe é de direito!

Abraços, minha amiga.

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